Página 289 - O Desejado de Todas as Na

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“Cala-te, aquieta-te”
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terríveis relâmpagos, e as ondas se avolumam por sobre nossa cabeça,
sozinhos combatemos contra a tormenta, esquecendo-nos de que
existe Alguém que nos pode valer. Confiamos em nossa própria
força até que nos foge a esperança, e vemo-nos quase a perecer.
Lembramo-nos então de Jesus, e se O invocarmos para nos salvar,
não o faremos em vão. Embora nos reprove magoado a incredulidade
e a confiança em nós mesmos, nunca deixa de nos conceder o auxílio
de que necessitamos. Seja em terra ou no mar, se, temos no coração
o Salvador, nada há a temer. A fé viva no Redentor serena o mar
da vida, e Ele nos guardará do perigo pela maneira que sabe ser a
melhor.
Outra lição espiritual há neste milagre de acalmar a tempestade.
A vida de todo homem testifica da veracidade das palavras da Escri-
tura: “Os ímpios são como o mar bravo, que se não pode aquietar.
[...] Os ímpios, diz o meu Deus, não têm paz”.
Isaías 57:20, 21
. O
pecado destruiu-nos a paz. E enquanto o eu não é subjugado, não po-
demos encontrar repouso. As paixões dominantes do coração, poder
algum humano pode sujeitar. Somos aí tão impotentes, quanto os
discípulos para acalmar a esbravejante tempestade. Mas Aquele que
mandou aquietarem-se as ondas da Galiléia, proferiu para cada alma
a palavra de paz. Por mais furiosa que seja a tormenta, os que para
Jesus se volverem com o grito: “Senhor, salva-nos”, encontrarão
livramento. Sua graça, que reconcilia a alma com Deus, acaba com a
luta da paixão humana, e em Seu amor encontra paz o coração. “Faz
cessar a tormenta, e acalmam-se as ondas. Então se alegram com a
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bonança; e Ele assim os leva ao porto desejado”.
Salmos 107:29,
30
. “Sendo pois justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso
Senhor Jesus Cristo.” “E o efeito da justiça será paz, e a operação
da justiça repouso e segurança, para sempre”.
Romanos 5:1
;
Isaías
32:17
.
De manhã cedo o Salvador e Seus companheiros chegaram à
praia, e a luz do Sol nascente banhava a terra como bênção de paz.
Mas assim que pisaram a terra, deparou-se-lhes uma cena ainda
mais terrível que a fúria da tempestade. De um lugar oculto, entre os
sepulcros, dois loucos avançaram sobre eles, como se os quisessem
despedaçar. Pendiam-lhes pedaços de cadeias que haviam partido
para fugir à prisão. Tinham a carne dilacerada e sangrando nos
lugares em que se haviam ferido com pedras agudas. Brilhavam-