Os primeiros evangelistas
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trabalho feito de casa em casa. Não deviam perder tempo em inúteis
saudações, nem indo de casa em casa se hospedar. Mas convinha que
aceitassem em todo o lugar a hospitalidade dos que eram dignos, os
que os receberiam de coração, como hospedando ao próprio Cristo.
Cumpria-lhes entrar na morada com a bela saudação: “Paz seja nesta
casa”.
Lucas 10:5
. Essa casa seria abençoada por suas orações, seus
hinos de louvor, e o estudo das Escrituras no círculo familiar.
Esses discípulos deviam ser arautos da verdade, para preparar o
caminho ao Mestre. A mensagem que deviam levar, era a palavra
da vida eterna, e o destino dos homens dependia da aceitação ou
rejeição da mesma. Para impressionar o povo com sua solenidade,
Jesus ordenou aos discípulos: “Se ninguém vos receber, nem escutar
as vossas palavras, saindo daquela casa ou cidade, sacudi o pó dos
vossos pés. Em verdade vos digo que, no dia do juízo, haverá menos
rigor para o país de Sodoma e Gomorra do que para aquela cidade.”
Então o olhar do Salvador penetra o futuro; contempla os mais
vastos campos em que, depois de Sua morte, os discípulos têm de
testificar dEle. Seu olhar profético abrange a experiência de Seus
servos através de todos os séculos, até que Ele venha pela segunda
vez. Mostra a Seus seguidores o conflito que hão de encontrar; revela
o caráter e plano da batalha. Desenrola perante eles os perigos que
terão de enfrentar, a abnegação que lhes será necessária. Deseja
que calculem o custo, a fim de não serem tomados de surpresa pelo
inimigo. Sua luta não tem de ser travada contra a carne e o sangue,
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mas contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes
das trevas deste século, “contra as hostes espirituais da maldade, nos
lugares celestiais”.
Efésios 6:12
. Têm de contender contra forças
sobrenaturais, mas é-lhes assegurado sobrenatural auxílio. Todos os
espíritos celestes se acham nesse exército. E mais que anjos estão
nas fileiras. O Espírito Santo, o representante do Capitão do exército
do Senhor, desce para dirigir a batalha. Muitas podem ser nossas
fraquezas, pecados e erros graves; mas a graça de Deus é para todos
quantos a buscam em contrição. O poder da Onipotência acha-se
empenhado em favor dos que confiam em Deus.
“Eis”, disse Jesus, “que vos envio como ovelhas ao meio de
lobos; portanto sede prudentes como as serpentes e simples como
as pombas.” Cristo mesmo nunca suprimiu uma palavra da ver-
dade, mas sempre a proferiu com amor. Exercia o máximo tato e