Página 313 - O Desejado de Todas as Na

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“Vinde e repousai um pouco”
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9:38
. Deus designou a cada um a sua obra, segundo a sua capacidade
(
Efésios 4:11-13
), e não pretendia que uns poucos ficassem sobre-
carregados de responsabilidades, enquanto outros não têm nenhum
fardo, nenhuma angústia.
As compassivas palavras de Cristo dirigem-se hoje aos obreiros,
da mesma maneira que aos discípulos outrora. “Vinde vós, aqui à
parte [...] e repousai um pouco”, diz aos que se acham fatigados
e esgotados. Não é sábio estar sempre sob a tensão do trabalho e
da agitação, mesmo em atender às necessidades espirituais dos ho-
mens; pois por essa maneira é negligenciada a piedade pessoal, ao
mesmo tempo que se sobrecarregam as energias mentais, espirituais
e físicas. Exige-se abnegação dos discípulos de Cristo, e são pre-
cisos sacrifícios; convém, todavia, cuidar para que, mediante seu
excesso de zelo, Satanás não se aproveite da fragilidade humana e
seja prejudicada a obra de Deus.
Na opinião dos rabinos, o mais alto grau da religião mostrava-se
por contínua e ruidosa atividade. Dependiam de alguma prática ex-
terior para mostrar sua superior piedade. Separavam assim sua alma
de Deus, apoiando-se em presunção. O mesmo perigo existe ainda
hoje. À medida que aumenta a atividade, e os homens são bem-
sucedidos em realizar alguma obra para Deus, há risco de confiar
em planos e métodos humanos. Vem a tendência de orar menos e ter
menos fé. Como os discípulos, arriscamo-nos a perder de vista nossa
dependência de Deus, e fazer de nossa atividade um salvador. Ne-
cessitamos olhar continuamente a Jesus, compreendendo que é Seu
poder que realiza a obra. Conquanto devamos trabalhar ativamente
pela salvação dos perdidos, cumpre-nos também consagrar tempo à
meditação, à oração e ao estudo da Palavra de Deus. Unicamente o
trabalho realizado com muita oração e santificado pelos méritos de
Cristo, demonstrar-se-á afinal haver sido eficaz.
Nenhuma outra vida já foi tão assoberbada de trabalho e respon-
sabilidade como a de Jesus; todavia, quantas vezes estava Ele em
oração! Quão constante, Sua comunhão com o Pai! Repetidamente,
na história de Sua vida terrestre, se encontram registros como esses:
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“E, levantando-Se de manhã muito cedo, fazendo ainda escuro, saiu,
e foi para um lugar deserto, e ali orava.” “Ajuntava-se muita gente
para O ouvir, e para ser por Ele curada das suas enfermidades. Po-
rém Ele retirava-Se para os desertos, e ali orava.” “E aconteceu que