Página 318 - O Desejado de Todas as Na

Basic HTML Version

314
O Desejado de Todas as Nações
Cristo nunca operou um milagre, senão para satisfazer uma ne-
cessidade real, e todo milagre era de molde a dirigir o povo à árvore
da vida, cujas folhas são para cura das nações. A simples refeição
passada em torno, pela mão dos discípulos, encerra todo um tesouro
e lições. Era um modesto artigo, o que se proporcionou; os peixes e
os pães de cevada eram o alimento diário dos pescadores dos arredo-
res do Mar da Galiléia. Cristo poderia haver exibido diante do povo
um rico banquete, mas a comida preparada para a mera satisfação
do apetite não teria transmitido nenhuma lição para benefício deles.
Jesus lhes ensinou nesta lição que as naturais provisões de Deus para
o homem foram pervertidas. E nunca se deliciou alguém com os
luxuosos banquetes preparados para satisfação do pervertido gosto,
como esse povo fruiu o descanso e a simples refeição proporcionada
por Cristo, tão longe de habitações humanas.
Se os homens fossem hoje em dia simples em seus hábitos, vi-
vendo em harmonia com as leis da natureza, como faziam Adão e
Eva no princípio, haveria abundante provisão para as necessidades
da família humana. Haveria menos necessidades imaginárias, e mais
oportunidades de trabalhar em harmonia com os desígnios de Deus.
[256]
Mas o egoísmo e a condescendência com os gostos naturais têm tra-
zido pecado e miséria ao mundo, por excesso de um lado e carência
de outro.
Jesus não procurava atrair a Si o povo mediante a satisfação
do desejo de luxo. Àquela grande massa, fatigada e faminta depois
de longo e emocionante dia, a singela refeição era uma prova, não
somente de Seu poder, mas do terno cuidado que tinha para com eles
quanto às necessidades comuns da vida. O Salvador não prometeu
a Seus seguidores os luxos do mundo; sua manutenção pode ser
simples e mesmo escassa; sua sorte se pode limitar à pobreza; mas
Sua palavra está empenhada quanto à satisfação das necessidades
deles, e Jesus promete aquilo que é incomparavelmente melhor que
os bens terrestres — o permanente conforto de Sua presença.
Alimentando os cinco mil, Jesus ergue o véu do mundo da natu-
reza e manifesta o poder em contínuo exercício para nosso bem. Na
produção da colheita da Terra, Deus opera diário milagre. Realiza-se,
mediante agentes naturais, a mesma obra que se efetuou na alimen-
tação da massa. O homem prepara o solo e lança a semente, mas
é a vida de Deus que faz com que ela germine. É a chuva, o ar, o