Página 319 - O Desejado de Todas as Na

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“Dai-lhes vós de comer”
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sol de Deus que a levam a frutificar — “primeiro a erva, depois a
espiga, por último o grão cheio na espiga”.
Marcos 4:28
. É Deus
quem alimenta cada dia milhões, dos campos de colheita da Terra.
Os homens são chamados a cooperar com Ele no cuidado do cereal e
no preparo do pão e, por causa disso, perdem de vista a ação divina.
Não Lhe dão a glória devida a Seu santo nome. A operação de Seu
poder é atribuída a causas naturais, ou a agentes humanos. O homem
é glorificado em lugar de Deus, e Seus graciosos dons pervertidos
para empregos egoístas, transformados em maldição em lugar de
bênção. Deus está procurando mudar tudo isso. Deseja que nossas
adormecidas percepções despertem para discernir sua compassiva
bondade, e glorificá-Lo pela operação de Seu poder. Deseja que o
reconheçamos em Seus dons, a fim de que estes sejam, segundo o
intentava, uma bênção para nós. Era para cumprir esse desígnio que
se realizavam os milagres de Cristo.
Depois de alimentada a multidão, havia ainda abundância de
comida. Mas Aquele que dispunha de todos os recursos do infinito
poder, disse: “Recolhei os pedaços que sobejaram para que nada se
perca.” Essas palavras significam mais do que pôr o pão nos cestos.
A lição era dupla. Coisa alguma se deve perder. Não devemos deixar
escapar nenhuma vantagem temporal. Não devemos negligenciar
nada que possa beneficiar um ser humano. Reúna-se tudo que di-
minua a necessidade dos famintos da Terra. E o mesmo cuidado
deve presidir às coisas espirituais. Ao serem recolhidos os cestos
de fragmentos, o povo pensou em seus queridos em casa. Queriam
que participassem do pão que Cristo abençoara. O conteúdo dos
cestos foi distribuído entre a ansiosa turba, sendo levado em todas
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as direções ao redor. Assim os que se tinham achado no banquete
deviam levar a outros o pão que desce do Céu, para satisfazer a fome
da alma. Cumpria-lhes repetir o que haviam aprendido das mara-
vilhosas coisas de Deus. Coisa alguma se devia perder. Nenhuma
palavra que dizia respeito a sua salvação eterna devia cair inútil.
O milagre dos pães ensina uma lição de confiança em Deus.
Quando Cristo alimentou os cinco mil, o alimento não se achava ali
à mão. Aparentemente, Ele não tinha recursos ao Seu dispor. Ali
estava, com cinco mil homens, além de mulheres e crianças, num
lugar deserto. Não convidara a grande multidão a segui-Lo, tinham
ido sem convite ou ordem; mas Ele sabia que, depois de haverem