Página 321 - O Desejado de Todas as Na

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“Dai-lhes vós de comer”
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No ato de Cristo, de suprir as necessidades materiais de uma
faminta massa de povo, está envolvida profunda lição espiritual
para todos os Seus obreiros. Cristo recebeu do Pai; passou-o aos
discípulos; eles o entregaram à multidão; e o povo uns aos outros.
Assim todos quantos se acham ligados a Cristo devem receber dEle
o Pão da vida, o alimento celestial, e passá-lo a outros.
Com plena confiança em Deus, Jesus tomou a pequena provisão
de pães; e se bem que não houvesse senão uma porção pequenina
para Sua própria família de discípulos, não os convidou a comer,
mas começou a lhos distribuir, ordenando que servissem ao povo. O
alimento multiplicava-se-Lhe nas mãos; e as mãos dos discípulos,
estendendo-se para Cristo — o próprio Pão da Vida — nunca ficavam
vazias. O diminuto suprimento foi suficiente para todos. Depois
de haver sido satisfeita a necessidade do povo, as sobras foram
recolhidas, e Cristo e os discípulos comeram juntos da preciosa
comida, fornecida pelo Céu.
Os discípulos foram o meio de comunicação entre Cristo e o
povo. Isso deve ser uma grande animação para os discípulos dEle
hoje em dia. Cristo é o grande centro, a fonte de toda força. DEle
devem os discípulos receber a provisão. Os mais inteligentes, os
mais bem-dotados espiritualmente, só podem comunicar, à medida
que recebem. Não podem, de si mesmos, suprir coisa alguma às
necessidades da alma. Só podemos transmitir aquilo que recebemos
de Cristo; e só o podemos receber à medida que o comunicamos
aos outros. À proporção que continuamos a dar, continuamos a rece-
ber; e quanto mais dermos, tanto mais havemos de receber. Assim
estaremos de contínuo crendo, confiando, recebendo e transmitindo.
A obra da edificação do reino de Cristo irá avante, se bem que,
segundo todas as aparências, caminhe devagar, e as impossibilidades
pareçam testificar contra o seu progresso. A obra é de Deus, e Ele
fornecerá meios e enviará auxiliares, sinceros e fervorosos discípu-
los, cujas mãos também estarão cheias de alimento para as famintas
multidões. Deus não Se esquece dos que trabalham com amor para
levar a palavra da vida a almas quase a perecer, as quais, por sua
vez, buscam alimento para outros famintos.
Há, em nossa obra para Deus, risco de confiar demasiado no
que pode fazer o homem, com seus talentos e capacidade. Perdemos
assim de vista o Obreiro-Mestre. Muito freqüentemente o obreiro de