Página 331 - O Desejado de Todas as Na

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A crise na Galiléia
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tempestade, as muitas horas de infrutíferos esforços remando contra
ventos adversos, o aparecimento de Cristo andando sobre as águas,
os temores despertados, Suas palavras de tranqüilização, a aventura
de Pedro e as conseqüências da mesma, bem como a súbita cessação
da tempestade e o aportar do barco, tudo foi fielmente narrado à
maravilhada multidão. Não contentes com isso, muitos ainda se reu-
niram em torno de Jesus indagando: “Rabi, quando chegaste aqui?”
Esperavam receber, de Seus próprios lábios, uma segunda narração
do milagre.
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Jesus não lhes satisfez a curiosidade. Disse tristemente: “Na
verdade vos digo que Me buscais, não pelos sinais que vistes, mas
porque comestes do pão e vos saciastes.” Não O buscavam por ne-
nhum motivo digno; mas, como foram alimentados com os pães,
esperavam receber ainda bênçãos temporais unindo-se a Ele. O Se-
nhor lhes ordenou: “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela
comida que permanece para a vida eterna.” Não busqueis meramente
benefícios materiais. Não seja vosso primeiro esforço o prover o
necessário à vida atual, mas buscai o alimento espiritual, isto é, a
sabedoria que permanece para a vida eterna. Isso apenas o Filho de
Deus pode dar; “porque a Este o Pai, Deus, O selou”.
Por um momento, despertou-se o interesse dos ouvintes. Excla-
maram: “Que faremos, para executarmos as obras de Deus?” Tinham
estado a realizar muitas e enfadonhas obras, a fim de se recomendar
perante Deus; e estavam prontos a ouvir qualquer nova observância
pela qual pudessem obter maior mérito. Sua pergunta significativa:
Que faremos para merecer o Céu? Qual o preço que nos é exigido
para alcançar a vida por vir?
“Jesus respondeu, e disse-lhes: A obra de Deus é esta: Que creiais
nAquele que Ele enviou.” O preço do Céu é Jesus. O caminho para
o Céu é a fé no “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”.
João 1:29
.
Mas o povo não queria receber esta declaração de divina ver-
dade. Jesus fizera a própria obra que a profecia predissera que o
Messias havia de fazer; mas eles não testemunharam o que suas
esperanças egoístas imaginaram como a Sua obra. Cristo, na ver-
dade, alimentara um dia a multidão com os pães de cevada; nos
dias de Moisés, porém, Israel fora por quarenta anos sustentado com
maná, e do Messias muito maiores eram as bênçãos esperadas. Seus