Página 342 - O Desejado de Todas as Na

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Capítulo 42 — Tradição
Este capítulo é baseado em
Mateus 15:1-20
;
Marcos 7:1-23
.
Os escribas e fariseus, esperando ver Jesus por ocasião da páscoa,
armaram-Lhe uma cilada. Jesus, porém, conhecendo-lhes o desígnio,
absteve-Se dessa reunião. “Então chegaram ao pé de Jesus uns
escribas e fariseus.” Como Ele não fosse para onde eles estavam,
foram eles ter com Jesus. Por algum tempo, parecia que o povo
da Galiléia O havia de aceitar como o Messias, derribando-se o
poder da hierarquia naquela região. A missão dos doze, indicando a
extensão da obra de Cristo e pondo os discípulos mais francamente
em conflito com os rabis, despertara novamente os ciúmes dos guias
em Jerusalém. Os espias por eles enviados a Cafarnaum, no princípio
de Seu ministério, os quais procuraram firmar contra Ele a acusação
de violador do sábado, foram confundidos; mas os rabinos tentavam
executar o seu propósito. Agora, outra delegação foi enviada para
vigiar-Lhe os movimentos e encontrar contra Ele algum motivo de
acusação.
Como anteriormente, esse motivo de queixa foi Sua desconside-
ração pelos preceitos tradicionais que atravancavam a lei de Deus.
Estes se destinavam professadamente a preservar a observância da
mesma, mas eram considerados mais sagrados que a própria lei.
Quando em colisão com os mandamentos dados no Sinai, dava-se
preferência aos preceitos rabínicos.
Entre as observâncias mais tenazmente acentuadas, achava-se a
da purificação cerimonial. A negligência das formalidades observa-
das antes de comer, era considerada odioso pecado, que devia ser
punido tanto neste mundo como no futuro; e julgava-se também uma
virtude destruir o transgressor.
As regras concernentes à purificação eram inúmeras. Os anos
da existência mal dariam para uma pessoa as aprender todas. A
vida dos que procuravam observar as exigências dos rabinos era
uma longa luta contra a contaminação cerimonial, uma interminável
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