Página 355 - O Desejado de Todas as Na

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O verdadeiro sinal
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sua origem divina. Não é um milagre que nos possamos libertar do
cativeiro de Satanás? A inimizade contra Satanás não é natural ao
coração humano; é implantada pela graça de Deus. Quando a pes-
soa que era dominada por uma vontade obstinada e má é posta em
liberdade, e se entrega de todo o coração à influência dos celestiais
instrumentos de Deus, opera-se um milagre; assim também quando
um homem esteve sob o poder de forte ilusão, e chega a compreender
a verdade moral. Toda vez que uma alma se converte, e aprende a
amar a Deus e guardar-Lhe os mandamentos, cumpre-se a promessa
por Ele feita: “E vos darei um coração novo, e porei dentro de vós
um espírito novo”.
Ezequiel 36:26
. A mudança do coração humano,
a transformação do caráter, é um milagre que revela um Salvador
sempre vivo, operando para salvar almas. Uma vida coerente em
Cristo, é grande milagre. Na pregação da Palavra de Deus, o sinal
que se devia manifestar então e sempre, é a presença do Espírito
Santo a fim de tornar a palavra uma força regeneradora para os que
a ouvem. Esta é a testemunha de Deus perante o mundo, quanto à
divina missão de Seu Filho.
Os que desejavam um sinal da parte de Jesus estavam com o
coração tão endurecido na incredulidade que não Lhe discerniam no
caráter a semelhança de Deus. Não viam que Sua missão se achava
em harmonia com as Escrituras. Na parábola do rico e Lázaro, Jesus
disse aos fariseus: “Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco
acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite”.
Lucas 16:31
.
Nenhum sinal dado no céu ou na terra os beneficiaria.
Jesus suspirou “profundamente em Seu espírito” e, voltando-Se
do grupo de fariseus, tornou a entrar no bote com os discípulos.
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Em doloroso silêncio, atravessaram de novo o lago. Não voltaram,
entretanto, ao lugar que haviam deixado, mas tomaram a direção
de Betsaida, próximo à qual foram alimentados os cinco mil. Che-
gando ao ponto mais distante, do outro lado, Jesus disse: “Adverti,
e acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus”.
Mateus 16:6
.
Os judeus estavam habituados, desde os dias de Moisés, a tirar de
casa o fermento, por ocasião da Páscoa, e tinham sido assim ensina-
dos a considerá-lo como símbolo do pecado. Todavia, os discípulos
deixaram de compreender Jesus. Em sua súbita partida de Magdala,
esqueceram-se de prover-se de pão, tendo consigo apenas um. En-
tenderam que Cristo Se referia a essa circunstância, advertindo-os a