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O Desejado de Todas as Nações
Para comemorar sua vida em tendas, os israelitas durante a festa ha-
bitavam em cabanas ou tabernáculos de ramos verdes. Essas cabanas
eram erguidas nas ruas, nos pátios do templo, ou nos telhados das
casas. As colinas e vales em torno de Jerusalém achavam-se também
bordados com essas habitações de folhas, e repletas de gente.
Com hinos sagrados e ações de graças, celebravam os adoradores
essa ocasião. Pouco antes da festa vinha o dia da expiação; quando,
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depois de confessados os pecados, se declarava o povo em paz com
o Céu. Assim se preparava o caminho para o regozijo da festa.
“Louvai ao Senhor, porque Ele é bom, porque a Sua benignidade
é para sempre” (
Salmos 106:1
), eram as palavras que se erguiam
triunfalmente, ao passo que toda espécie de música, de mistura com
aclamações de hosanas, acompanhavam o unido canto. O templo
era o centro da alegria geral. Ali se achava a pompa das cerimônias
sacrificais. Ali, enfileirados de ambos os lados da escada de branco
mármore do sagrado edifício, dirigia o coro dos levitas o serviço
de cântico. A multidão dos adoradores, agitando ramos de palma
e murta, unia sua voz aos acordes e repetia o coro; e, novamente,
a melodia era cantada por vozes próximas e distantes, até que as
circundantes colinas ressoavam todas o louvor.
À noite, o templo e o pátio brilhavam pelas luzes artificiais. A
música, o agitar dos ramos de palmeira, os alegres hosanas, o grande
ajuntamento de povo sobre o qual se espargia a luz irradiada das
lanternas suspensas, os paramentos dos sacerdotes e a majestade
das cerimônias, combinavam-se para tornar a cena profundamente
impressiva aos espectadores. No entanto, a mais impressionante
cerimônia da festa, que mais júbilo produzia, era a que comemorava
o acontecimento da peregrinação no deserto.
Aos primeiros raios da aurora, os sacerdotes faziam soar longa e
penetrantemente as trombetas de prata, e as trombetas em resposta
e as alegres aclamações do povo de suas cabanas, ecoando por
montes e vales, saudavam o dia da festa. Então o sacerdote tirava das
correntes do Cedrom um vaso de água e, erguendo-o, enquanto as
trombetas soavam, subia ao compasso da música, os amplos degraus
do templo, com andar lento e cadenciado, cantando entretanto: “Os
nossos pés estão dentro das tuas portas, ó Jerusalém”.
Salmos 122:2
.
Levava o cântaro ao altar, que ocupava posição central no pátio
dos sacerdotes. Ali se achavam duas bacias de prata, tendo um