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“A luz da vida”
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saliva fez lodo, e untou com o lodo os olhos do cego. E disse-lhe:
Vai, lava-te no tanque de Siloé (que significa o Enviado). Foi pois, e
lavou-se, e voltou vendo”.
João 9:1, 2, 6, 7
.
Geralmente, acreditavam os judeus que o pecado é punido nesta
vida. Toda enfermidade era considerada como o castigo de qualquer
mau procedimento, fosse da própria pessoa, fosse de seus pais. É
verdade que todo sofrimento é resultado da transgressão da lei divina,
mas esta verdade fora pervertida. Satanás, o autor do pecado e de
todas as suas conseqüências, levara os homens a considerarem a
doença e a morte como procedentes de Deus — como castigos
arbitrariamente infligidos por causa do pecado. Daí, aquele sobre
quem caíra grande aflição ou calamidade, sofria além disso o ser
olhado como grande pecador.
Assim estava preparado o caminho para os judeus rejeitarem a
Jesus. Aquele que “tomou sobre Si as nossas enfermidades, e as
nossas dores”, era considerado pelos judeus como “aflito, ferido de
Deus, e oprimido”; e dEle escondiam o rosto.
Isaías 53:4, 3
.
Deus dera uma lição destinada a evitar isso. A história de Jó
mostrara que o sofrimento é infligido por Satanás, mas Deus predo-
mina sobre ele para fins misericordiosos. Mas Israel não entendera
a lição. O mesmo erro pelo qual Deus reprovara os amigos de Jó,
repetiu-se nos judeus em sua rejeição de Cristo.
A crença dos judeus a respeito da relação existente entre o pecado
e o sofrimento, partilhavam-na os discípulos de Cristo. Procurando
corrigir-lhes o erro, não explicou a causa da aflição do homem, mas
disse-lhes qual seria o resultado. Em virtude da mesma, manifestar-
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se-iam as obras de Deus. “Enquanto estou no mundo”, disse Ele,
“sou a luz do mundo”.
João 9:5
. Havendo então untado os olhos do
cego, mandou-o lavar-se no tanque de Siloé e foi restaurada a vista
do homem. Assim respondeu Jesus, de maneira prática, a pergunta
dos discípulos, como costumava fazer com as que Lhe eram dirigidas
por curiosidade. Os discípulos não eram chamados a discutir o fato
de quem tinha ou não tinha pecado, mas a entender o poder e a
misericórdia de Deus em dar vista ao cego. Era claro que não havia
poder de curar no lodo, ou no tanque em que o cego foi mandado
lavar-se, mas que a virtude residia em Cristo.