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O Desejado de Todas as Nações
Os fariseus não podiam deixar de espantar-se com a cura. To-
davia, mais do que nunca, encheram-se de ódio; pois o milagre se
realizara no sábado.
Os vizinhos do jovem, e os que o conheciam antes, quando cego,
diziam: “Não é este aquele que estava assentado e mendigava?”
João
9:8
. Olhavam-no duvidosos, porque, depois que os olhos lhe foram
abertos, se lhe mudara a fisionomia, e animara-se, e parecia outro
homem. A pergunta corria de uns para outros. Alguns diziam: “É
este”; outros: “Parece-se com ele.” Mas o que recebera a grande
bênção pôs termo à questão dizendo: “Sou eu”.
João 9:9
. Falou-lhes
então de Jesus, contando-lhes como o curara, e eles perguntaram:
“Onde está Ele?” Respondeu: “Não sei”.
João 9:12
.
Levaram-no então perante o conselho dos fariseus. Novamente
foi interrogado o homem acerca da maneira por que recebera a
vista. “Pôs-me lodo sobre os olhos, lavei-me, e vejo. Então alguns
dos fariseus diziam: Este homem não é de Deus; pois não guarda o
sábado”.
João 9:15, 16
. Os fariseus esperavam fazer Jesus parecer um
pecador, não sendo assim o Messias. Não sabiam que fora Aquele
que fizera o sábado e conhecia todas as obrigações para com o
mesmo, quem curara o cego. Aparentavam admirável zelo pela
observância do sábado e, no entanto, estavam planejando matar
nesse mesmo dia. Muitos, porém, foram grandemente agitados ao
ouvir esse milagre, e ficaram convencidos de que Aquele que abrira
os olhos do cego não era um homem comum. Em resposta à acusação
de ser Jesus um pecador por não guardar o sábado, disseram: “Como
pode um homem pecador fazer tais sinais?”
Outra vez apelaram os rabinos para o cego: “Tu que dizes dA-
quele que te abriu os olhos? E ele respondeu: Que é profeta”.
João
9:16, 17
. Os fariseus declararam então que ele não nascera cego nem
recebera a vista. Chamaram seus pais e perguntaram-lhes: “É este o
vosso filho que vós dizeis ter nascido cego?”
João 9:17
.
Ali estava o próprio homem, afirmando que nascera cego e que
a vista lhe fora restaurada; mas os fariseus preferiam negar a prova
de seus próprios sentidos, a admitir que se achavam em erro. Tão
poderoso é o preconceito, tão tortuosa a justiça farisaica!
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Restava ainda uma esperança aos fariseus — intimidar os pais
do homem. Com aparente sinceridade, disseram: “Como pois vê
agora?” Os pais temiam comprometer-se; pois se declarara que quem