Página 417 - O Desejado de Todas as Na

Basic HTML Version

“A luz da vida”
413
quer que reconhecesse Jesus como o Cristo, seria “expulso da sina-
goga” (
João 9:19, 22
); isto é, excluído da sinagoga por trinta dias.
Durante esse período, nenhuma criança poderia ser circuncidada,
nem morto pranteado, na casa do ofensor. A sentença era conside-
rada grande calamidade; e, se deixasse de produzir arrependimento,
seguir-se-ia uma pena muito mais rigorosa. A grande obra, em favor
de seu filho, levara a convicção aos pais, todavia responderam: “Sa-
bemos que este é nosso filho, e que nasceu cego; mas como agora vê,
não sabemos; ou quem lhe tenha aberto os olhos, não sabemos; tem
idade, perguntai-lho a ele mesmo; e ele falará por si mesmo”.
João
9:20, 21
. Esquivaram-se assim a toda responsabilidade, passando-a
ao filho; pois não ousavam confessar a Cristo.
O dilema em que se achavam os fariseus, suas perguntas e pre-
conceitos, sua incredulidade em face dos fatos desse caso, estavam
abrindo os olhos da multidão, especialmente do povo comum. Jesus
operara freqüentemente Seus milagres em plena rua, e Sua obra era
sempre de molde a aliviar sofrimentos. A pergunta em muitos espí-
ritos, era: Faria Deus tão poderosas obras por meio de um impostor,
como afirmavam os fariseus ser Jesus? O conflito estava-se tornando
muito acalorado de parte a parte.
Os fariseus viram que estavam dando publicidade à obra reali-
zada por Jesus. Não podiam negar o milagre. O cego estava cheio
de alegria e reconhecimento; contemplava as maravilhosas obras
da natureza e deleitava-se ante a beleza da Terra e do firmamento.
Contava francamente o caso, e de novo o procuraram fazer calar, di-
zendo: “Dá glória a Deus; nós sabemos que esse homem é pecador.”
Isto é: Não tornes a dizer que este homem te deu a vista; foi Deus
que o fez.
O cego respondeu: “Se é pecador, não sei; uma coisa sei, e é que,
havendo eu sido cego, agora vejo”.
João 9:24, 25
.
Então tornaram a interrogá-lo: “Que te fez Ele? Como te abriu
os olhos?”
João 9:26
. Com muitas palavras o procuraram confundir,
a fim de que se julgasse iludido. Satanás e seus maus anjos estavam
do lado dos fariseus, e uniram suas energias e sutilezas ao raciocínio
dos homens, para neutralizar a influência de Cristo. Enfraqueceram
as convicções que já se aprofundavam em muitos espíritos. Anjos de
Deus estavam também a campo, a fim de fortalecer o homem cuja
vista fora restaurada.