Página 488 - O Desejado de Todas as Na

Basic HTML Version

484
O Desejado de Todas as Nações
Jesus. Havia uma geral interrogação — se Lázaro O acompanharia
a Jerusalém e se o Profeta seria coroado rei durante a Páscoa. Os
sacerdotes e príncipes viram que seu domínio sobre o povo continu-
ava a enfraquecer, e mais amargo se tornava seu ódio contra Jesus.
Mal podiam esperar a oportunidade de O tirar de seu caminho para
[391]
sempre. À medida que o tempo passava, começaram a temer que
afinal talvez não fosse a Jerusalém. Lembravam-se de quantas vezes
lhe frustrara os desígnios assassinos, e temiam que lhes houvesse
lido os pensamentos contra Ele e permanecesse ausente. Mal podiam
ocultar sua ansiedade, e indagavam entre si: “Que vos parece? Não
virá à festa?”
João 11:56
.
Foi convocado o concílio dos sacerdotes e fariseus. Desde a
ressurreição de Lázaro, aumentara tanto a simpatia do povo para
com Jesus, que seria perigoso lançar mão dEle abertamente. Assim
decidiram as autoridades prendê-Lo em segredo, e efetuar o julga-
mento o mais silenciosamente possível. Esperavam que ao se tornar
isso conhecido, a inconstante onda da opinião pública se voltaria a
seu favor.
Assim se propuseram a destruir Jesus. Mas enquanto Lázaro
existisse, sabiam os sacerdotes e rabis que não se achavam em
segurança. A própria existência de um homem que por quatro dias
estivera no sepulcro e fora ressuscitado por uma palavra de Jesus,
causaria cedo ou tarde uma reação. O povo se vingaria de seus guias
por tirarem a vida Àquele que fora capaz de realizar esse milagre.
O Sinédrio decidiu, portanto, que Lázaro também deveria morrer.
A tal ponto a inveja e os preconceitos levam seus escravos. O ódio
e a incredulidade dos guias judaicos haviam crescido até dispô-los
a tirar a vida de uma pessoa a quem o infinito poder salvara do
sepulcro.
Enquanto se tramava em Jerusalém essa conspiração, Jesus e
Seus amigos eram convidados à festa de Simão. À mesa achava-Se
Jesus, tendo a um lado Simão, a quem curara de repugnante moléstia,
e do outro Lázaro, a quem ressuscitara. Marta servia à mesa, mas
Maria escutava ansiosamente toda palavra que caía dos lábios de
Jesus. Em Sua misericórdia perdoara Jesus os seus pecados, chamara
do sepulcro seu bem-amado irmão, e a alma de Maria estava cheia de
reconhecimento. Ouvira Jesus falar de Sua morte próxima e, em seu
profundo amor e tristeza, almejara honrá-Lo. Com grande sacrifício