Página 493 - O Desejado de Todas as Na

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O banquete em casa de Simão
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Cristo: “Se lavou os pés aos santos, se socorreu os aflitos, se praticou
toda boa obra”.
1 Timóteo 5:10
.
Cristo Se deleitava no sincero desejo de Maria de fazer a vontade
de Seu Senhor. Aceitava a riqueza do puro afeto que Seus discípulos
não compreendiam, não queriam compreender. O desejo que Maria
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tinha de prestar esse serviço a seu Senhor era para Ele de mais
valor que todos os preciosos ungüentos da Terra, pois exprimia
seu apreço pelo Redentor do mundo. Era o amor de Cristo que a
constrangia. Enchia-lhe a alma a incomparável excelência do caráter
de Cristo. Aquele ungüento era símbolo do coração da doadora. Era
demonstração exterior de um amor nutrido por correntes celestiais e
que chegara a ponto de extravasamento.
A obra de Maria era exatamente a lição que os discípulos necessi-
tavam, para mostrar-lhes que seriam aprazíveis a Cristo as expressões
de amor por parte deles. Jesus fora-lhes tudo e não percebiam que
em breve seriam privados de Sua presença, que dentro em pouco
não lhes seria dado oferecer-Lhe nenhum sinal de reconhecimento
por Seu grande amor. A solidão de Cristo, separado das cortes celes-
tiais, vivendo a vida da humanidade, nunca a compreenderam nem
apreciaram devidamente os discípulos. Foi muitas vezes magoado,
porque não Lhe dispensavam aquilo que deles deveria ter recebido.
Sabia que, estivessem sob a influência dos anjos celestiais que O
acompanhavam, também haviam de considerar que nenhuma dádiva
era de suficiente valor para exprimir o espiritual afeto do coração.
Seu conhecimento posterior deu-lhes o verdadeiro sentimento
quanto às muitas coisas que poderiam ter feito para Jesus, expri-
mindo o amor e o reconhecimento de seu coração, enquanto Lhe
estavam ao lado. Quando não mais Jesus Se achava entre eles, e
se sentiam na verdade como ovelhas sem pastor, começavam a ver
como poderiam ter manifestado para com Ele atenções que Lhe te-
riam alegrado o coração. Não mais então censuraram a Maria, mas a
si mesmos. Oh! se lhes fosse dado retirar sua crítica, e apresentarem
os pobres como mais dignos da oferenda do que Jesus! Sentiram
vivamente a reprovação, ao tirarem da cruz o ferido corpo de seu
Senhor.
A mesma falta se manifesta hoje, em nosso mundo. Poucos
somente apreciam o que Cristo é para eles. Fizessem-no, no entanto,
e o grande amor de Maria seria expressado, a unção liberalmente