Página 494 - O Desejado de Todas as Na

Basic HTML Version

490
O Desejado de Todas as Nações
feita. Não seria considerado desperdício o custoso ungüento. Coisa
alguma se consideraria demasiado preciosa para Cristo, nenhuma
abnegação nem sacrifício grande demais para ser suportado por amor
dEle.
As palavras proferidas em indignação: “Por que é este desper-
dício?” (
Mateus 26:8
) recordaram vividamente a Cristo o maior
sacrifício já feito — o dom de Si mesmo como propiciação por um
mundo perdido. O Senhor seria tão generoso para com a família
humana, que não se poderia dizer que Lhe era possível fazer mais.
No dom de Jesus, Deus deu todo o Céu. Sob o ponto de vista hu-
mano, esse sacrifício era um espantoso desperdício. Para o raciocínio
humano todo o plano de salvação é um desperdício de misericór-
dias e recursos. Encontramos por toda parte abnegação e sacrifício
[396]
feito com toda a alma. Bem podem as hostes celestiais contemplar,
com assombro, a família humana que recusa ser erguida e enrique-
cida com o ilimitado amor expresso em Cristo. Bem podem elas
exclamar: por que este grande desperdício?
Mas a expiação por um mundo perdido devia ser plena, abun-
dante, completa. A oferenda de Cristo foi inexcedivelmente abun-
dante para abranger toda alma que Deus criou. Não se podia restrin-
gir, de modo a não exceder o número dos que haviam de aceitar o
grande Dom. Nem todos os homens são salvos; todavia, o plano da
salvação não é um desperdício pelo fato de não realizar tudo que foi
provido por sua liberalidade. Há o suficiente, e ainda sobra.
Simão, o hospedeiro, fora influenciado pela crítica de Judas à
dádiva de Maria, e surpreendeu-se do procedimento de Jesus. Seu
orgulho farisaico ofendeu-se. Sabia que muitos de seus hóspedes
estavam olhando a Jesus com desconfiança e desagrado. Simão disse
no seu interior: “Se este fora profeta, bem saberia quem e qual é a
mulher que Lhe tocou, pois é uma pecadora”.
Lucas 7:39
.
Curando Simão da lepra, Cristo o salvara de uma morte em
vida. Mas agora Simão duvidava se o Salvador era profeta. Por
Cristo permitir que essa mulher dEle se aproximasse, por não a
desprezar como alguém cujos pecados são demasiado grandes para
serem perdoados, por não mostrar que compreendia haver ela caído,
Simão foi tentado a pensar que Ele não era profeta. Jesus nada sabe
dessa mulher, tão pródiga em demonstrações, pensou ele, ou não lhe
permitiria que O tocasse.