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O Desejado de Todas as Nações
Claramente, se bem que com delicada polidez, o Salvador assegurou
a Seus discípulos que o coração se Lhe magoa quando Seus filhos se
descuidam de manifestar gratidão para com Ele por palavras e atos
de amor.
O Perscrutador do coração lera os motivos que deram lugar ao
ato de Maria, e viu também o espírito que instigara as palavras de
Simão. “Vês tu esta mulher?” disse-lhe. É uma pecadora. Digo-te
“que os seus muitos pecados lhe são perdoados, porque muito amou;
mas aquele a quem pouco é perdoado pouco ama”.
Lucas 7:47
.
A frieza de Simão e sua negligência para com o Salvador mostra-
vam quão pouco apreciava a bênção que recebera. Julgava honrar a
Jesus, convidando-O à sua casa. Mas viu-se então como na realidade
era. Enquanto pensara ler seu Hóspede, Este o estivera lendo a ele.
Viu quão justo era o juízo de Cristo a seu respeito. Sua justiça fora
um vestido de farisaísmo. Desprezara a compaixão de Jesus. Não
O reconhecera como representante de Deus. Ao passo que Maria
era uma pecadora perdoada, ele era um não perdoado pecador. A
rigorosa regra de justiça que quisera impor contra ela, condenava-o
a ele próprio.
Simão foi tocado pela bondade de Jesus em não o repreender
abertamente diante dos hóspedes. Não fora tratado como desejara
que Maria o fosse. Viu que Jesus não desejava expor sua culpa
diante dos outros, mas buscava, por uma exata exposição do fato,
convencer-lhe o espírito e por piedosa bondade vencer-lhe o coração.
Uma severa acusação haveria endurecido Simão contra o arrependi-
mento, mas a paciente admoestação o convenceu de seu erro. Viu
a magnitude do débito que tinha para com seu Senhor. Seu orgu-
lho humilhou-se, ele se arrependeu, e o altivo fariseu tornou-se um
humilde e abnegado discípulo.
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Maria fora considerada grande pecadora, mas Cristo sabia as cir-
cunstâncias que lhe tinham moldado a vida. Poderia ter acabado com
sua esperança, mas não o fez. Fora Ele que a erguera do desespero e
da ruína. Sete vezes ouvira ela Sua repreensão aos demônios que lhe
dominavam o coração e a mente. Ouvira-Lhe o forte clamor ao Pai
em benefício dela. Sabia quão ofensivo é o pecado à Sua imaculada
pureza, e em Sua força vencera.
Quando, aos olhos humanos, seu caso parecia desesperado,
Cristo viu em Maria aptidões para o bem. Viu os melhores traços