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O Desejado de Todas as Nações
autoridades. Foram, porém, reduzidos ao silêncio pela réplica de
Jesus: “Digo-vos que, se estes se calarem, as próprias pedras cla-
marão”.
Lucas 19:40
. Aquela cena de triunfo era designada pelo
próprio Deus. Fora predita pelo profeta, e o homem era impotente
para impedir os Seus desígnios. Houvesse o homem deixado de exe-
cutar Seu plano, e Ele teria comunicado voz às inanimadas pedras,
que saudariam Seu Filho com aclamações de louvor. Ao retirarem-se
os mudos fariseus, foram proferidas por centenas de vozes as pala-
vras de Zacarias: “Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha
de Jerusalém; eis que o teu Rei virá a ti, justo e salvador, pobre, e
montado sobre um jumento, sobre um asninho, filho de jumenta”.
Zacarias 9:9
.
Quando o cortejo chegou ao cimo da colina e estava para descer
para a cidade, Jesus deteve-Se, e toda a multidão com Ele. Perante
eles se descortinava Jerusalém em toda a sua glória, nesse momento
banhada à luz do Sol poente. O templo atraiu todos os olhares. Em
majestosa suntuosidade erguia-se ele acima de todos os outros edifí-
cios, parecendo apontar para o Céu, como a dirigir o povo ao único
e verdadeiro Deus. O templo fora, durante muito tempo, a glória e o
orgulho da nação judaica. Também os romanos se orgulhavam de sua
magnificência. Um rei designado pelos romanos se unira aos judeus
para o restaurar e embelezar, e o imperador de Roma o enriquecera
com suas dádivas. Sua firme estrutura, riqueza e magnificência o
haviam tornado uma das maravilhas do mundo.
Enquanto o Sol no Ocidente tingia e dourava o Céu, o resplendor
de sua glória iluminava o puro e alvo mármore das paredes do
templo, pondo-lhe cintilações nas áureas colunas. Do alto do monte
onde Jesus parou com Seus seguidores, apresentava ele a aparência
de maciça estrutura de neve, marchetado de capitéis de ouro. À
entrada do templo achava-se uma videira de ouro e prata, com verdes
folhagens e maciços cachos de uvas, executados pelos mais hábeis
artistas. Esse desenho representava Israel como uma próspera vinha.
O ouro, a prata e verde vivo eram combinados com raro gosto e
consumada maestria; enlaçando graciosamente os alvos e luzentes
pilares, agarrando-se com as brilhantes gavinhas a seus dourados
ornamentos, refletia o esplendor do Sol poente, resplandecendo como
se o Céu lhe houvera emprestado a sua glória.