Página 508 - O Desejado de Todas as Na

Basic HTML Version

504
O Desejado de Todas as Nações
não mais O veriam, até que volvesse em glória. Então, demasiado
tarde para sua salvação, O reconheceriam. Estas palavras, proferiu-
as Jesus com tristeza e vigor singulares. Os funcionários romanos
foram reduzidos ao silêncio. Ainda que estranhos à divina influência,
comoveu-se-lhes o coração como nunca antes. No calmo e solene
rosto de Jesus, leram amor, benevolência e serena dignidade. Fo-
ram possuídos de uma simpatia que não podiam compreender. Ao
invés de prender a Jesus, sentiram-se mais inclinados a render-Lhe
[407]
homenagem. Voltando-se para os sacerdotes e principais, acusaram-
nos de criar o distúrbio. Esses chefes, envergonhados e derrotados,
viraram-se para o povo com suas queixas e questionaram, zangados,
uns com os outros.
Entretanto, passou Jesus despercebidamente para o templo. Tudo
ali estava tranqüilo, pois a cena sobre o Olivete para lá atraíra o
povo. Por breve espaço demorou-Se Jesus no templo, olhando-o
dolorosamente. Depois, retirou-Se com os discípulos e voltou para
Betânia. Quando o povo O procurou para colocá-Lo no trono, não O
pôde achar.
Toda a noite passou Jesus em oração, e pela manhã, tornou a
ir ao templo. No caminho encontrou um figueiral. Tinha fome, “e
vendo de longe uma figueira que tinha folhas, foi ver se nela acharia
alguma coisa; e, chegando a ela, não achou senão folhas, porque não
era tempo de figos”.
Marcos 11:13
.
Não era estação de figos maduros, senão em certas localidades;
e nas montanhas das cercanias de Jerusalém podia-se na verdade
dizer: “Não era tempo de figos”.
Marcos 11:13
. No pomar a que
Jesus chegou, porém, uma árvore parecia adiantada a todas as demais.
Estava já coberta de folhas. A natureza da figueira é que, antes de
se abrirem as folhas, apareça o fruto. Portanto, essa árvore cheia
de folhagem era uma promessa de bem desenvolvidos frutos. Sua
aparência, porém, era enganosa. Depois de procurar entre os ramos,
dos mais baixos aos mais altos, Jesus “não achou senão folhas”. Era
uma massa de pretensiosa folhagem, nada mais.
Cristo proferiu contra ela uma maldição, para que secasse.
“Nunca mais coma alguém fruto de ti”, disse Ele. Na manhã se-
guinte, quando Ele e os discípulos se achavam outra vez a caminho
para a cidade, os ressequidos ramos e as folhas caídas atraíram-