Página 509 - O Desejado de Todas as Na

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Um povo condenado
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lhes a atenção. “Mestre”, disse Pedro, “eis que a figueira que Tu
amaldiçoaste, se secou”.
Marcos 11:21
.
O ato de Cristo em amaldiçoar a figueira, surpreendera os discí-
pulos. Parecia-lhes diverso de Suas maneiras e obras. Muitas vezes
O tinham ouvido dizer que viera, não para condenar o mundo, mas
para que por meio dEle o mundo se pudesse salvar. Lembravam-se
de Suas palavras: “O Filho do homem não veio para destruir as
almas dos homens, mas para salvá-las”.
Lucas 9:56
. Suas maravi-
lhosas obras foram realizadas para restaurar, nunca para destruir. Os
discípulos O haviam conhecido unicamente como o Restaurador, o
Médico. Esse ato era único. Qual seria seu desígnio? indagaram.
Deus “tem prazer na benignidade”.
Miquéias 7:18
. “Vivo Eu, diz
o Senhor Jeová, que não tomo prazer na morte do ímpio”.
Ezequiel
33:11
. Para Ele a obra de destruição e acusação é uma “estranha
obra” (
Isaías 28:21
), Trad. Figueiredo. Mas é em misericórdia e
amor que ergue o véu do futuro, e revela aos homens os resultados
de um caminho de pecado.
A maldição da figueira foi uma parábola viva. Aquela árvore es-
téril, ostentando sua pretensiosa folhagem ao próprio rosto de Cristo,
era um símbolo da nação judaica. O Salvador desejava tornar claras
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aos Seus discípulos a causa e a certeza da condenação de Israel. Para
esse fim como que investiu a árvore de qualidades morais, e tornou-a
expositora da verdade divina. Os judeus distinguiam-se de todas
as outras nações, professando fidelidade para com Deus. Haviam
sido especialmente favorecidos por Ele, e pretendiam ser mais justos
que todos os outros povos. Mas estavam corrompidos pelo amor do
mundo e a avareza. Jactanciavam-se de seu conhecimento, mas eram
ignorantes das reivindicações divinas, e cheios de hipocrisia. Como
a árvore estéril, estendiam os pretensiosos ramos para o alto, luxuri-
antes na aparência, belos à vista, mas não dando “senão folhas”. A
religião judaica, com o magnificente templo, os altares sagrados, os
sacerdotes mitrados e cerimônias impressionantes, era na verdade
bela na aparência exterior; faltavam-lhe, porém, humildade, amor e
beneficência.
Todas as árvores do figueiral se achavam destituídas de fruto;
as que não ostentavam folhas, no entanto, não suscitavam esperan-
ças, não causando assim decepção. Essas árvores representavam
os gentios. Eram tão destituídos de piedade como os judeus; mas