Página 510 - O Desejado de Todas as Na

Basic HTML Version

506
O Desejado de Todas as Nações
não tinham professado servir a Deus. Não mostravam vangloriosas
pretensões de bondade. Eram cegos às obras e caminhos divinos.
Para eles não chegara ainda o tempo dos figos. Esperavam um dia
que lhes trouxesse luz e esperança. Os judeus, que haviam rece-
bido maiores bênçãos de Deus, eram responsáveis por seus abusos
dos mesmos dons. Os privilégios de que se jactanciavam, só lhes
acrescentavam a culpa.
Jesus Se aproximara da figueira com fome, em busca de ali-
mento. Assim chegou Ele a Israel, ansioso de neles encontrar os
frutos da justiça. Prodigalizara-lhes Seus dons, a fim de que dessem
frutos para benefício do mundo. Toda oportunidade, todo privilégio
lhes fora assegurado, e em troca buscara a simpatia e a cooperação
deles em Sua obra de graça. Anelava achar neles espírito de sacrifí-
cio e compaixão, zelo de Deus e profunda ansiedade de alma pela
salvação de seus semelhantes. Houvessem eles guardado a lei divina,
e teriam realizado a mesma obra abnegada feita por Cristo. Mas o
amor para com Deus e os homens foi eclipsado pelo orgulho e a
presunção. Trouxeram ruína sobre si mesmos, por se recusarem a
servir aos outros. Os tesouros da verdade que lhes foram confiados,
não os deram eles ao mundo. Na figueira estéril poderiam ler tanto
o seu pecado como o seu castigo. Seca à maldição do Salvador,
apresentando-se queimada, ressequida desde as raízes, a figueira
mostrava o que seria o povo de Israel quando dele fosse retirada a
graça divina. Recusando-se a comunicar bênção, não mais a rece-
beriam. “A tua perdição, ó Israel”, diz o Senhor, “toda vem de ti”.
Oséias 13:9
.
A advertência é para todos os tempos. O ato de Cristo em amal-
diçoar a árvore que Seu próprio poder criara, fica como aviso para
todas as igrejas e todos os cristãos. Ninguém pode viver a lei divina
[409]
sem servir aos outros. Mas há muitos que não vivem segundo a
misericordiosa, abnegada vida de Cristo. Alguns que se julgam exce-
lentes cristãos não compreendem o que significa o serviço para Deus.
Seus planos e cogitações têm por fim agradar a si mesmos. Agem
sempre com referência a si próprios. O tempo só é de valor para eles
quando podem ajuntar para si mesmos. Em todos os negócios da
vida, é esse o seu objetivo. Trabalham não para os outros, mas para
si mesmos. Deus os criou para viverem num mundo onde deve ser
executado serviço altruísta. Era Seu desígnio que ajudassem a seus