Página 511 - O Desejado de Todas as Na

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Um povo condenado
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semelhantes por todos os modos possíveis. Mas é tão grande o
eu
que não podem ver nenhuma outra coisa. Não se põem em contato
com a humanidade. Os que assim vivem para si, são como a figueira,
toda presunção, mas sem frutos. Observam as formas de culto, mas
sem arrependimento nem fé. Em profissão, honram a lei divina, mas
faltam na obediência. Dizem, mas não fazem. Na sentença proferida
contra a figueira, demonstra Cristo quão aborrecível é a Seus olhos
essa vã pretensão. Diz Ele que o pecador declarado é menos culpado
do que o que professa servir a Deus, mas não produz fruto para Sua
glória.
A parábola da figueira, dita antes da visita de Cristo a Jerusa-
lém, ligava-se diretamente à lição por Ele ensinada no amaldiçoar
a árvore sem fruto. O jardineiro intercedeu pela árvore estéril da
parábola: “Deixa-a este ano, até que eu a escave e esterque; e, se
der fruto, ficará, e, se não, depois a mandarás cortar.” Maior cuidado
seria concedido à árvore estéril. Teria todas as vantagens. Mas se
permanecesse infrutífera, coisa alguma a salvaria da destruição. Na
parábola não foi predito o resultado da obra do jardineiro. Dependia
do povo a quem eram dirigidas as palavras de Cristo. Os judeus
eram representados pela árvore estéril, e com eles ficava a decisão
de seu destino eterno. Foram-lhes concedidas as vantagens que o
Céu lhes podia dar, mas não aproveitaram as crescentes bênçãos.
Pelo ato de Cristo em amaldiçoar a figueira estéril, mostrou-se o
resultado. Determinaram eles sua própria destruição.
Por mais de um milênio abusara a nação judaica da misericórdia
de Deus e atraíra Seus juízos. Rejeitaram-Lhe as advertências e
mataram-Lhe os profetas. Por esses pecados tornou-se responsável o
povo do tempo de Cristo, seguindo o mesmo caminho. Na rejeição de
suas presentes misericórdias e advertências, residia a culpa daquela
geração. Com as cadeias que a nação estivera por séculos a forjar, o
povo do tempo de Cristo prendera a si mesmo.
Em todos os séculos se concede aos homens seu período de
luz e privilégios, um tempo de prova, em que se podem reconciliar
com Deus. Há, porém, um limite a essa graça. A misericórdia pode
interceder por anos e ser negligenciada e rejeitada; vem, porém, o
tempo em que essa misericórdia faz sua última súplica. O coração
torna-se tão endurecido que cessa de atender ao Espírito Santo de
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