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Capítulo 65 — O templo novamente purificado
Este capítulo é baseado em
Mateus 21:12-16, 23-46
;
Marcos
11:15-19, 27-33
;
12:1-12
;
Lucas 19:45-48
;
20:1-19
.
No princípio de Seu ministério, Cristo expulsara do templo os
que o manchavam por seu profano tráfico; e Sua atitude severa e
divina enchera de terror o coração dos astutos comerciantes. Ao fim
de Sua missão, foi Ele outra vez ao templo e encontrou-o de novo
profanado como antes. As condições eram ainda piores. O pátio do
templo estava como um vasto curral de gado. Com os berros dos
animais e o agudo tinir das moedas, misturava-se o som de iradas
altercações entre os traficantes, e ouviam-se entre eles vozes de ho-
mens no sagrado ofício. Os dignitários do templo empenhavam-se,
eles próprios, em comprar e vender, e trocar dinheiro. Tão comple-
tamente se achavam dominados pela cobiça de lucro que, aos olhos
de Deus, não eram melhores que ladrões.
Pouco percebiam os sacerdotes e principais a solenidade da obra
que lhes cumpria realizar. Em toda páscoa e festa dos tabernáculos,
milhares de animais eram mortos, e seu sangue recolhido pelos
sacerdotes e derramado sobre o altar. Os judeus familiarizaram-se
com a oferta de sangue e quase perderam de vista o fato de ser o
pecado o que tornava necessário todo esse derramamento de sangue
de animais. Não discerniam que isso prefigurava o sangue do querido
Filho de Deus, que seria derramado pela vida do mundo, e que pela
oferta de sacrifícios deviam os homens ser levados ao crucificado
Redentor.
Jesus olhava as inocentes vítimas do sacrifício, e via como os
judeus haviam tornado essas grandes convocações cenas de derra-
mamento de sangue e de crueldade. Em lugar de humilde arrepen-
dimento pelo pecado, multiplicaram o sacrifício de animais, como
se Deus pudesse ser honrado por um serviço destituído de coração.
Os sacerdotes e principais endureceram a alma pelo egoísmo e a
avareza. Os próprios símbolos que indicavam o Cordeiro de Deus,
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