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O Desejado de Todas as Nações
oculto intento, um sinal que não tinham pedido. Mais confusos ainda
ficaram quando acrescentou: “Mostrai-Me uma moeda.” Trouxeram-
Lha, e Ele lhes perguntou: “De quem tem a imagem e a inscrição?
E, respondendo eles, disseram: De César.” Apontando a inscrição na
moeda, disse Jesus: “Dai pois a César o que é de César, e a Deus o
que é de Deus”.
Lucas 20:23-25
.
Os espias haviam esperado que Jesus respondesse diretamente
à pergunta, de uma ou de outra maneira. Se Ele dissesse: Não é
lícito dar tributo a César, seria levado às autoridades romanas, e
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preso por incitar rebelião. No caso de declarar lícito pagar o tributo,
porém, intentavam acusá-Lo perante o povo como contrário à lei
divina. Sentiram-se então confusos e derrotados. Frustraram-se-lhes
os planos. A maneira sumária por que fora assentada a questão por
eles proposta, deixou-os sem ter que dizer.
A resposta de Cristo não foi uma evasiva, mas uma réplica sin-
cera. Segurando a moeda romana sobre que se achavam inscritos o
nome e a imagem de César, declarou que, uma vez que estavam vi-
vendo sob a proteção do poder romano, deviam prestar àquele poder
o apoio que lhes exigia, enquanto isso não estivesse em oposição
a um mais elevado dever. Mas, conquanto pacificamente sujeitos
às leis da Terra, deviam em todos os tempos manter primeiramente
lealdade para com Deus.
As palavras do Salvador: “Dai [...] a Deus o que é de Deus”
(
Lucas 20:25
), foram uma severa repreensão aos intrigantes judeus.
Houvessem cumprido fielmente suas obrigações para com Deus,
e não teriam chegado a ser uma nação falida, subjugada a uma
potência estrangeira. Nenhuma insígnia romana haveria tremulado
sobre Jerusalém, nenhuma sentinela romana lhe jazeria às portas,
nem romano governo teria reinado dentro de seus muros. A nação
judaica estava então pagando a pena de sua apostasia de Deus.
Ao ouvirem os fariseus a resposta de Cristo, “maravilharam-
se e, deixando-O, se retiraram”.
Mateus 22:22
. Ele lhes censurara
a hipocrisia e presunção e, assim fazendo, expressara um grande
princípio, princípio que define claramente os limites do dever do
homem para com o governo civil, e seu dever para com Deus. Para
muitos espíritos, ficara assentada uma aflitiva questão. Depois disso,
apegaram-se para sempre ao justo princípio. E conquanto muitos
se retirassem mal-satisfeitos, viram que o princípio fundamental da