Página 530 - O Desejado de Todas as Na

Basic HTML Version

526
O Desejado de Todas as Nações
teorias. Acreditavam em Deus como o único ser superior ao homem;
mas argumentavam que uma providência que tudo rege e uma pre-
visão divina privariam o homem da liberdade moral, degradando-o
à posição de um escravo. Era crença deles que, criando o homem,
Deus o deixara livre para dirigir sua própria vida e moldar os acon-
tecimentos do mundo; que o destino deles estava em suas próprias
mãos. Negavam que o Espírito de Deus opera por meio dos esforços
humanos ou de meios naturais. Todavia, mantinham ainda a opinião
de que, pelo devido emprego das faculdades naturais, podia o ho-
mem elevar-se e esclarecer-se; que, por meio de rigorosas e austeras
práticas, sua vida se podia purificar.
Suas idéias de Deus moldavam-lhes o caráter. Como, segundo
seu ponto de vista, Ele não Se interessava no homem, tinham pouca
consideração uns para com os outros; pouca também era a união en-
tre eles. Recusando-se a aceitar a influência do Espírito Santo sobre
a conduta humana, faltava-lhes na vida Seu poder. Como o restante
dos judeus, vangloriavam-se muito de seu direito de nascimento
como filhos de Abraão e de sua estrita aderência às reivindicações
da lei; mas do verdadeiro espírito da lei, da fé e da benevolência
de Abraão, eram destituídos. Suas simpatias naturais estavam en-
cerradas num estreito âmbito. Acreditavam possível a todo homem
adquirir os confortos e bênçãos da vida; e o coração não se lhes
comovia diante das necessidades e sofrimentos dos outros. Viviam
para si mesmos.
[425]
Por Suas palavras e ações, testificava Cristo de um poder divino
que produz resultados sobrenaturais, de uma vida futura além do
presente, de Deus como Pai dos filhos dos homens, sempre cuida-
doso por seus interesses reais. Revelava a operação do poder divino
numa beneficência e compaixão que repreendiam a exclusividade
egoísta dos saduceus. Ensinava que, tanto para o bem temporal do
homem como para o eterno, Deus opera no coração pelo Espírito
Santo. Mostrava o erro de confiar no poder humano para aquela
transformação de caráter que só pode ser operada pelo Espírito de
Deus.
Esse ensino estavam os saduceus dispostos a desacreditar. Procu-
rando entrar em debate com Jesus, estavam confiantes de Lhe preju-
dicar o crédito, ainda que não pudessem conseguir Sua condenação.
Foi a ressurreição o assunto sobre que preferiram interrogá-Lo. Con-