Página 546 - O Desejado de Todas as Na

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O Desejado de Todas as Nações
que vive em harmonia com Deus, possuindo os suaves atributos do
amor e da misericórdia, experimentará uma justa indignação contra
o pecado; mas não se tomará de paixão para injuriar os que injuriam.
Mesmo enfrentando os que se acham movidos pelas forças de baixo
para manter a falsidade, em Cristo conservará ele ainda a calma e o
domínio de si mesmo.
No semblante do Filho de Deus estampava-se divina piedade
ao deitar Ele um demorado olhar ao templo, e depois, aos ouvintes.
Numa voz agitada por profunda angústia de coração e amargas lágri-
mas, Ele exclamou: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas,
e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis Eu ajuntar
os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das
asas, e tu não quiseste!”
Mateus 23:37
. É a luta da separação. Na
lamentação de Cristo, extravasava o próprio coração de Deus. É o
misterioso adeus do longânimo amor da Divindade.
Fariseus e saduceus igualmente emudeceram. Jesus chamou
Seus discípulos, e preparou-Se para deixar o templo, não como um
vencido e forçado a retirar-se da presença dos adversários, mas como
alguém cuja obra está concluída. Retirou-Se do conflito, vencedor.
As gemas de verdade caídas dos lábios de Cristo, naquele dia
memorável, foram entesouradas em muitos corações. Para eles co-
meçou uma nova corrente de pensamentos, aspirações novas foram
despertadas, e teve início uma nova época. Depois da crucifixão e
ressurreição de Cristo, estas pessoas foram para a frente, e cumpri-
ram sua divina missão com uma sabedoria e zelo correspondentes à
grandeza da obra. Deram uma mensagem que falava aos corações
dos homens, enfraquecendo as velhas superstições que haviam por
muito tempo feito definhar a vida de milhares. Em face de seu tes-
temunho, as teorias e filosofias humanas tornaram-se quais ociosas
fábulas. Poderosos foram os resultados que emanaram das palavras
do Salvador àquela turba admirada e cheia de temor, no templo de
Jerusalém.
Mas Israel, como nação, divorciara-se de Deus. Os ramos natu-
rais da oliveira foram quebrados. Olhando pela última vez para o
interior do templo, Jesus disse em patética lamentação: “Eis que a
vossa casa vai ficar-vos deserta; porque Eu vos digo que desde agora
não Me vereis mais, até que digais: Bendito o que vem em nome
do Senhor”.
Mateus 23:38, 39
. Até então Ele chamara o templo a