Página 545 - O Desejado de Todas as Na

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Ais sobre os fariseus
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fazer transbordar sua taça de iniqüidade. E dentro em pouco lhes
seria ela derramada sobre a cabeça em juízo de retribuição. Disso os
advertiu Jesus:
“Para que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado
sobre a Terra, desde o sangue de Abel, o justo, até o sangue de
Zacarias, filho de Baraquias, que matastes entre o santuário e o altar.
Em verdade vos digo que todas estas coisas hão de vir sobre esta
geração”.
Mateus 23:35, 36
.
Os escribas e fariseus que escutavam Jesus, sabiam que Suas pa-
lavras eram verdadeiras. Sabiam como fora morto o profeta Zacarias.
Enquanto as palavras de advertência vindas de Deus se achavam em
seus lábios, uma fúria satânica apoderou-se do rei apóstata e, por
sua ordem, foi morto o profeta. Seu sangue assinalara as pedras do
próprio pátio do templo, e não pôde ser apagado; ali ficou para dar
testemunho contra o apóstata Israel. Enquanto o templo existisse, ali
estaria a mancha daquele sangue justo, clamando a Deus vingança.
Ao referir-Se Jesus a esses terríveis pecados, um arrepio de horror
passou pela multidão.
Antevendo o futuro, declarou Jesus que a impenitência dos ju-
deus e sua intolerância para com os servos do Senhor seriam futura-
mente as mesmas do passado:
“Portanto, eis que Eu vos envio profetas, sábios e escribas; e a
uns deles matareis e crucificareis; e a outros deles açoitareis nas
vossas sinagogas e os perseguireis de cidade em cidade”.
Mateus
23:34
. Profetas e sábios, cheios de fé e do Espírito Santo — Estêvão,
Tiago e muitos outros — seriam condenados e mortos. Com a mão
erguida para o Céu e uma luz divina a circundá-Lo, Cristo falou
como juiz aos que se achavam diante dEle. Sua voz, tantas vezes
ouvida em suavidade e súplica, fazia-se agora ouvir em censura e
condenação. Os ouvintes tremeram. Jamais se havia de apagar a
impressão produzida por Suas palavras e Seu olhar.
A indignação de Cristo era contra a hipocrisia, os crassos pecados
pelos quais os homens estavam destruindo a própria alma, enganando
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o povo e desonrando a Deus. No enganador raciocínio dos sacerdotes
e principais, distinguia Ele a operação de forças satânicas. Viva e
penetrante fora Sua acusação do pecado; mas não proferiu palavras
de vingança. Tinha uma santa indignação contra o príncipe das
trevas; mas não manifestava nenhuma irritação. Assim o cristão