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O Desejado de Todas as Nações
Nos dias de Cristo nutria-se uma supersticiosa consideração para
com os túmulos dos mortos, e prodigalizavam-se grandes somas no
adorno dos mesmos. Aos olhos de Deus isso era idolatria. Em sua
indevida consideração para com os mortos, os homens mostravam
não amar a Deus sobre tudo, e ao próximo como a si mesmos.
A mesma idolatria está sendo hoje levada bem longe. Muitos são
culpados de negligenciar as viúvas e os órfãos, os doentes e os
pobres, a fim de construírem custosos monumentos para os mortos.
Tempo, dinheiro e trabalho são abundantemente gastos com esse fim,
ao passo que os deveres para com os vivos — deveres positivamente
ordenados por Cristo — são deixados por cumprir.
Os fariseus construíam os sepulcros dos profetas, e os adorna-
vam, e diziam uns para os outros: Se existíssemos no tempo de
nossos pais, nunca nos associaríamos a eles para derramar o sangue
dos servos de Deus. Ao mesmo tempo estavam planejando tirar a
vida de Seu Filho. Isso nos deve servir de lição. Deve-nos abrir os
olhos ao poder de Satanás para enganar a mente que se desvia da luz
da verdade. Muitos seguem nas pegadas dos fariseus. Reverenciam
os que morreram por sua fé. Admiram-se da cegueira dos judeus em
rejeitar a Cristo. Houvéssemos vivido em Seu tempo, declaram, e
com prazer Lhe receberíamos os ensinos; nunca teríamos tomado
parte no crime dos que rejeitaram o Salvador. Mas quando a obedi-
ência a Deus requer abnegação e humilhação, essas mesmas pessoas
abafam suas convicções e recusam obediência. Assim manifestam o
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mesmo espírito que os fariseus a quem Cristo condenou.
Mal avaliavam os judeus a terrível responsabilidade envolvida
na rejeição de Cristo. Desde o tempo em que foi derramado o pri-
meiro sangue inocente, quando o justo Abel caiu pela mão de Caim,
repetira-se a mesma história com progressiva culpa. Em todos os
séculos haviam profetas erguido a voz contra os pecados dos reis,
autoridades e povo, dizendo as palavras que Deus lhes dera e obe-
decendo à Sua vontade com perigo da própria vida. De geração
para geração se estivera acumulando uma terrível punição contra os
rejeitadores da luz e da verdade. Essa os inimigos de Cristo estavam
então atraindo sobre as próprias cabeças. O pecado dos sacerdotes
e principais era maior que o de qualquer geração anterior. Por sua
rejeição do Salvador, estavam-se tornando responsáveis pelo sangue
de todos os justos mortos desde Abel até Cristo. Estavam prestes a