Página 551 - O Desejado de Todas as Na

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vida passará, no entanto, e ele nada terá. A lei do serviço do próprio
eu, é a lei da destruição de si mesmo.
“Se alguém Me serve”, disse Jesus, “Siga-Me, e, onde Eu estiver,
ali estará também o Meu servo. E, se alguém Me servir, Meu Pai
o honrará”.
João 12:26
. Todos quantos carregaram com Cristo a
cruz do sacrifício, partilharão com Ele de Sua glória. A alegria de
Cristo, em Sua humilhação e dor, era que Seus discípulos fossem
glorificados com Ele. Eles são o fruto de Seu sacrifício. A formação,
neles, de Seu próprio caráter e espírito, eis Sua recompensa, e será
por toda a eternidade a Sua alegria. Esta alegria eles, os discípulos,
partilharão com Ele, ao ser visto em outros corações e outras vidas
o fruto de seus labores e sacrifícios. São coobreiros de Cristo, e o
Pai os honrará como honra Seu Filho.
A mensagem dos gregos, prenunciando, como fazia, a reunião
dos gentios, trouxe à mente de Jesus Sua inteira missão. A obra da
redenção passou por diante dEle, desde o tempo em que, no Céu, foi
elaborado o plano, até à morte, tão próxima agora. Uma misteriosa
nuvem pareceu envolver o Filho de Deus. Sua sombra foi sentida
pelos que O rodeavam. Ele quedou absorto em Seus pensamentos.
Rompeu por fim o silêncio com as dolorosas palavras: “Agora a Mi-
nha alma está perturbada; e que direi Eu? Pai, salva-Me desta hora”.
João 12:27
. Antecipadamente bebia Cristo o cálice da amargura.
Sua humanidade recuava da hora do abandono, quando, segundo
todas as aparências, seria desamparado pelo próprio Deus, quando
todos O veriam castigado, ferido de Deus, e aflito. Recuava de ser
exposto publicamente, de ser tratado como o pior dos criminosos,
e da desonra e ignominiosa morte. Um pressentimento de Seu con-
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flito com os poderes das trevas, um sentimento do horrível fardo da
transgressão humana, e da ira do Pai por causa do pecado, fez com
que o espírito de Jesus desfalecesse, estampando-se-Lhe no rosto a
palidez da morte.
Veio então a divina submissão à vontade do Pai. “Mas para isto
vim a esta hora”, disse. “Pai, glorifica o Teu nome”.
João 12:27,
28
. Unicamente mediante a morte de Cristo poderia ser vencido o
reino de Satanás. Unicamente assim poderia ser o homem redimido,
e Deus glorificado. Jesus consentiu na agonia, aceitou o sacrifício.
A Majestade do Céu consentiu em sofrer como O que levou sobre Si
o pecado. “Pai, glorifica o Teu nome”, disse Ele. Ao proferir Cristo