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O Desejado de Todas as Nações
Assim a morte de Cristo daria em resultado frutos para o reino de
Deus. Em harmonia com a lei do reino vegetal, a vida havia de ser o
resultado de Sua morte.
Os que lavram o solo têm sempre diante de si essa ilustração.
De ano para ano conservam seu abastecimento de cereais, por assim
dizer, atirando fora a melhor parte. Por algum tempo deve ela estar
oculta na cova, sendo cuidada pelo Senhor. Então aparece a haste,
depois a espiga, e depois o grão na mesma. Mas esse desenvolvi-
mento não pode ter lugar a menos que o grão seja enterrado fora das
vistas, oculto, e, segundo todas as aparências, perdido.
A semente enterrada no solo produz frutos e esse é por sua vez
plantado. Assim se multiplica a colheita. Da mesma maneira a morte
de Cristo na cruz do Calvário produzirá fruto para a vida eterna. A
contemplação desse sacrifício será a glória dos que, como fruto do
mesmo, viverão através dos séculos eternos.
O grão de trigo que conserva a própria vida não produz frutos.
Permanece sozinho. Cristo poderia, se preferisse, salvar-Se da morte.
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Mas, fizesse-o, e permaneceria só. Não poderia levar filhos e filhas a
Deus. Unicamente entregando a própria vida, podia Ele comunicar
vida à humanidade. Só caindo no solo para morrer Se poderia tornar
a semente daquela vasta colheita — a grande multidão redimida para
Deus dentre toda nação, e tribo, e língua e povo.
A essa verdade liga Cristo a lição de sacrifício que todos devem
aprender: “Quem ama a sua vida, perdê-la-á, e quem neste mundo
aborrece a sua vida, guardá-la-á para a vida eterna”.
João 12:25
.
Todos quantos desejam produzir frutos como coobreiros de Cristo,
devem cair primeiro no solo e morrer. A vida deve ser lançada na
cova da necessidade do mundo. O amor-próprio, o próprio interesse,
devem perecer. E a lei do sacrifício é a lei da conservação da vida.
O lavrador conserva seus cereais lançando-os fora, por assim dizer.
O mesmo quanto à vida humana. Dar é viver. A vida que há de ser
conservada, é a que se dá abundantemente em serviço para Deus e
o homem. Aqueles que sacrificam a existência por amor de Cristo
neste mundo, conservá-la-ão para a vida eterna.
A vida gasta para o próprio eu, é como o grão que se come.
Desaparece, mas não há aumento. Junte o homem para si tudo
quanto pode; viva, pense e faça planos para o próprio proveito; sua