Página 577 - O Desejado de Todas as Na

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Servo dos servos
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Ao chegarem a esta ordenança, os filhos de Deus devem evocar
as palavras do Senhor da vida e da glória: “Entendeis o que vos tenho
feito? Vós Me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque Eu o
sou. Ora se Eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também
lavar os pés uns dos outros. Porque Eu vos dei o exemplo, para que,
como Eu vos fiz, façais vós também. Na verdade, na verdade vos
digo que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado
maior do que aquele que o enviou. Se sabeis estas coisas, bem-
aventurados sois se as fizerdes”.
João 13:16, 17
. Existe no homem
a disposição de se estimar em mais alta conta do que a seu irmão,
de trabalhar para si mesmo, de procurar o mais alto lugar; e muitas
vezes isso dá em resultado ruins suspeitas e amargura de espírito.
A ordenança que precede à ceia do Senhor, deve remover esses
desentendimentos, tirar o homem de seu egoísmo, fazê-lo baixar
de seus tacões de exaltação própria à humildade de coração que o
levará a servir a seu irmão.
O santo Vigia do Céu acha-Se presente nesses períodos para
torná-los uma ocasião de exame de consciência, de convicção de
pecado, e de bendita segurança de pecados perdoados. Cristo, na
plenitude de Sua graça, acha-Se aí para mudar a corrente dos pensa-
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mentos que têm seguido direções egoístas. O Espírito Santo aviva
as sensibilidades dos que seguem o exemplo de seu Senhor. Ao ser
lembrada a humilhação do Salvador por nós, pensamento liga-se
a pensamento; evoca-se uma cadeia de lembranças, a recordação
da grande bondade de Deus e do favor e ternura dos amigos terres-
tres. Bênçãos esquecidas, misericórdias de que se abusou, bondades
menosprezadas são trazidas à memória. Patenteiam-se raízes de
amargura que expulsaram a preciosa planta do amor. São trazidos
à lembrança defeitos de caráter, negligência de deveres, ingratidão
para com Deus, frieza para com nossos irmãos. O pecado é visto
sob o aspecto por que o vê o próprio Deus. Nossos pensamentos
não são de complacência com nós mesmos, mas de severa censura
ao próprio eu, e de humilhação. Fortalece-se a mente para derribar
toda barreira que tem causado separação. O pensar e falar mal são
postos de lado. São confessados os pecados, e perdoados. Penetra
na alma a subjugante graça de Cristo, e Seu amor liga os corações
numa bendita unidade.