Página 639 - O Desejado de Todas as Na

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Na sala de julgamento de Pilatos
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aspecto calmo e digno, cujo rosto não apresentava os estigmas do
criminoso, mas o cunho do Céu.
O aspecto de Cristo produziu favorável impressão em Pilatos.
Foi despertado o lado melhor de sua natureza. Ouvira falar de Jesus
e Suas obras. Sua esposa contara-lhe alguma coisa dos maravilhosos
feitos realizados pelo Profeta galileu, que curara os doentes e ressus-
citara os mortos. Agora, como se fora um sonho, isso se reavivou na
memória de Pilatos. Recordou boatos que ouvira de várias fontes.
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Decidiu indagar dos judeus quais suas acusações contra o Preso.
Quem é esse Homem, e para que O trouxestes? disse ele. Que
acusações trazeis contra Ele? Os judeus ficaram desconcertados.
Sabendo que não lhes era possível comprovar as acusações que
tinham contra Cristo, não desejavam um interrogatório público.
Disseram que era um enganador chamado Jesus de Nazaré.
Novamente perguntou Pilatos: “Que acusações trazeis contra
este Homem?”
João 18:29
. Os sacerdotes não lhe responderam à
pergunta, mas, em palavras que manifestavam sua irritação, disseram:
“Se Este não fosse malfeitor, não To entregaríamos”.
João 18:30
.
Quando os que compõem o Sinédrio, os primeiros homens da nação,
te trazem um homem que julgam digno de morte, haverá necessidade
de pedir uma acusação contra ele? Esperavam impressionar Pilatos
com o sentimento da importância deles, levando-o assim a concordar
ao seu pedido sem muitos preliminares. Estavam ansiosos por ver
ratificada a sentença; pois sabiam que o povo que testemunhara
as maravilhosas obras de Cristo poderia contar uma história muito
diversa da invenção que agora repetiam.
Os sacerdotes pensavam que, com o fraco e vacilante Pilatos,
poderiam sem dificuldade executar seus planos. Anteriormente, as-
sinara, precipitado, sentenças de morte, condenando homens que
sabiam não serem dignos disso. Em sua estimação, de pouca im-
portância era a vida de um preso; se inocente ou culpado, não era
de especial conseqüência. Os sacerdotes esperavam que Pilatos in-
fligisse agora a pena de morte a Jesus, sem O ouvir. Isso pediram
como favor por ocasião de sua grande festa nacional.
Havia, porém, no Preso qualquer coisa que inibiu Pilatos de
assim proceder. Não ousou fazê-lo. Leu o desígnio dos sacerdotes.
Lembrou-se de como, não fazia muito, Jesus ressuscitara a Lázaro,
um homem que estivera morto por quatro dias; e decidiu saber, antes