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O Desejado de Todas as Nações
de assinar a sentença de condenação, quais eram as acusações contra
Ele, e se podiam ser provadas.
Se vosso juízo é suficiente, disse ele, por que trazeis a mim o
Preso? “Levai-O vós, e julgai-O segundo a vossa lei”.
João 18:31
.
Assim apertados, os sacerdotes disseram que já haviam sentenciado
a Jesus, mas que era preciso a sentença de Pilatos para dar validade
a sua condenação. Qual é vossa sentença? perguntou Pilatos. A
de morte, responderam, mas não nos é lícito condenar ninguém à
morte. Pediram a Pilatos que aceitasse a palavra deles quanto à
culpabilidade de Cristo, e cumprisse a sentença que haviam dado.
Tomariam a responsabilidade do resultado.
Pilatos não era juiz justo ou consciencioso; mas fraco como era
em poder moral, recusou conceder essa petição. Não condenaria
Jesus enquanto não fosse apresentada acusação contra Ele.
Os sacerdotes encontravam-se num dilema. Viam que deviam
encobrir sua hipocrisia sob o mais espesso véu. Não deviam per-
mitir a impressão de que Cristo fora preso por motivos religiosos.
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Fosse isso apresentado como razão, e seu procedimento não teria
nenhum valor para com Pilatos. Precisavam fazer parecer que Jesus
estava trabalhando contra a lei comum; então poderia ser castigado
como ofensor político. Tumultos e insurreições contra o governo
romano surgiam de contínuo entre os judeus. Os romanos haviam
procedido muito rigorosamente para com essas revoltas, e estavam
sempre alerta para reprimir qualquer coisa que pudesse levar a uma
insurreição.
Havia poucos dias apenas os fariseus tinham procurado enredar
Cristo com a pergunta: “É-nos lícito dar tributo a César ou não?”
Mateus 22:17
. Mas Cristo lhes revelara a hipocrisia. Os romanos
que se achavam presentes assistiram ao fracasso completo dos intri-
gantes, e seu desconcerto ante a resposta: “Dai pois a César o que é
de César”.
Lucas 20:22-25
.
Agora os sacerdotes pensaram fazer parecer que, nessa ocasião,
Cristo ensinara segundo esperavam que Ele ensinasse. Em seu apuro,
chamaram falsas testemunhas para os ajudar, “e começaram a acusá-
Lo, dizendo: Havemos achado Este, pervertendo a nossa nação,
proibindo dar o tributo a César, e dizendo que Ele mesmo é Cristo,
o rei”. Três acusações, cada uma destituída de fundamento. Os