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O Desejado de Todas as Nações
Herodes pouca atenção lhes deu. Impôs silêncio, desejando ensejo
de interrogar a Cristo. Ordenou que soltassem as cadeias de Jesus,
repreendendo ao mesmo tempo Seus inimigos de O atarem rude-
mente. Olhando compassivamente o sereno rosto do Redentor do
mundo, nEle leu unicamente sabedoria e pureza. Da mesma ma-
neira que Pilatos, ficou convencido de que Cristo fora acusado por
malignidade e inveja.
Herodes interrogou a Cristo com muitas palavras, mas o Sal-
vador Se manteve em profundo silêncio. Ao mando do rei, foram
introduzidos decrépitos e mancos, sendo ordenado a Cristo que pro-
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vasse Suas reivindicações pela operação de um milagre. Afirmam
que podes curar os enfermos, disse-Lhe Herodes. Estou ansioso por
ver que Tua grande fama não é mentira. Jesus não respondeu, e o rei
continuou a insistir: Se podes operar milagres por outros, faze-os
agora para Teu próprio bem, e isso Te servirá para um bom desígnio.
Outra vez ordenou: Mostra-nos um sinal de que possuis o poder
que a fama Te tem atribuído. Mas Cristo era como alguém que não
visse nem ouvisse. O Filho de Deus tomara sobre Si a natureza
humana. Devia agir como o tem de fazer o homem em idênticas
circunstâncias. Portanto, não operaria um milagre para Se poupar à
dor e à humilhação que o homem deve sofrer, quando colocado em
condições semelhantes.
Herodes prometeu que, se Jesus realizasse algum milagre em sua
presença, seria solto. Os acusadores dEle eram testemunhas oculares
das poderosas obras feitas por Seu poder. Tinham-nO ouvido ordenar
à sepultura que desse os mortos. Viram-nos sair em obediência à
Sua voz. Apoderou-se deles o temor, não operasse Jesus agora um
milagre. De tudo, o que mais temiam, era uma manifestação de Seu
poder. Essa manifestação se demonstraria um golpe mortal para
seus planos, e talvez lhes custasse a vida. Outra vez sacerdotes e
príncipes, em grande ansiedade, insistiram em suas acusações contra
Ele. Elevando a voz, declararam: É um traidor, um blasfemo. Opera
milagres por meio do poder que Lhe é dado por Belzebu, o príncipe
dos demônios. A sala tornou-se cenário de confusão, uns gritando
uma coisa, outros, outra.
A consciência de Herodes estava agora muito menos sensível
do que quando tremera de horror ante o pedido de Herodias, para
que lhe desse a cabeça de João Batista. Durante algum tempo sen-