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O Desejado de Todas as Nações
modo sacrificam o princípio! A consciência e o dever apontam um
caminho, e o interesse egoísta indica outro. A corrente dirige-se
vigorosamente para o lado errado, e aquele que transige com o mal
é arrebatado para a espessa treva da culpa.
Pilatos cedeu às exigências da turba. A arriscar sua posição,
preferiu entregar Jesus para ser crucificado. A despeito de suas
precauções, porém, exatamente o que temia lhe sobreveio mais tarde.
Tiraram-lhe as honras, apearam-no de seu alto posto e, aguilhoado
pelo remorso e o orgulho ferido, pôs termo à própria vida não muito
depois da crucifixão de Cristo. Assim todos quantos transigem com o
pecado só conseguirão tristeza e ruína. “Há caminho que ao homem
parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte”.
Provérbios
14:12
. Quando Pilatos se declarou inocente do sangue de Cristo,
Caifás respondeu
desafiadoramente: “O Seu sangue caia sobre nós e sobre os
nossos filhos”.
Mateus 27:25
. As tremendas palavras foram repetidas
pelos sacerdotes e príncipes; e ecoadas pela turba, num bramir não
humano de vozes. Toda a multidão respondeu, dizendo: “Seu sangue
caia sobre nós e sobre nossos filhos.”
[523]
O povo de Israel fizera sua escolha. Apontando a Jesus, dissera:
“Fora daqui com Este, e solta-nos Barrabás.” Este, ladrão e homicida,
representava Satanás. Cristo era o representante de Deus. Cristo fora
rejeitado; Barrabás, preferido. Barrabás teriam eles. Fazendo sua
escolha, aceitaram aquele que desde o princípio, fora mentiroso
e homicida. Satanás era seu guia. Como nação, seguir-lhe-iam os
ditames. Fariam suas obras. Teriam de suportar-lhe o domínio. O
povo que escolheu Barrabás, em vez de Cristo, havia de sentir a
crueldade de Barrabás enquanto o tempo durasse.
Olhando ao ferido Cordeiro de Deus, os judeus exclamaram: “O
Seu sangue seja sobre nós e sobre nossos filhos”.
Mateus 27:25
.
Aquele espantoso brado subiu ao trono de Deus. Aquela sentença
pronunciada contra si mesmos, foi escrita no Céu. Foi ouvida aquela
súplica. O sangue do Filho de Deus tornou-se perpétua maldição
sobre seus filhos e os filhos de seus filhos.
Terrivelmente se cumpriu isso na destruição de Jerusalém. Ter-
rivelmente se tem manifestado na condição do povo judeu durante
todos estes séculos — um ramo cortado da videira, um morto e
estéril ramo para ser colhido e lançado no fogo. De terra para terra