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O Desejado de Todas as Nações
provação e privações. Não sabiam que, por amor de nós, Se tornara
pobre, para que “pela Sua pobreza enriquecêssemos”.
2 Coríntios
8:9
. Não compreendiam melhor o mistério de Sua missão, do que os
amigos de Jó entendiam sua humilhação e sofrimentos.
Jesus era mal compreendido dos irmãos, em virtude de não
Se assemelhar a eles. Sua norma não era a deles. Olhando aos
homens via-os afastados de Deus, sem o poder divino em sua vida.
As formas de religião que observavam, não lhes podiam transformar
o caráter. Dizimavam a “hortelã, o endro e o cominho”, mas omitiam
“o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé”.
Mateus
23:23
. O exemplo de Jesus era-lhes contínua irritação. Não aborrecia
Ele senão uma coisa no mundo, e isso era o pecado. Não podia
testemunhar uma ação injusta, sem uma dor que Lhe não era possível
disfarçar. Entre os formalistas, cuja aparência de santidade ocultava
o amor do pecado, e um caráter em que o zelo da glória de Deus
constituía a suprema preocupação, era flagrante o contraste. Como
a vida de Jesus condenasse o mal, encontrava Ele oposição, tanto
em casa como fora. Sua abnegação e integridade eram comentadas
zombeteiramente. Sua paciência e bondade, classificavam-nas como
covardia.
Da amargura que cabe em sorte à humanidade, não houve qui-
nhão que Jesus não provasse. Não faltou quem procurasse lançar
sobre Ele desprezo por causa de Seu nascimento, e mesmo na in-
fância teve de enfrentar olhares desdenhosos e ruins murmurações.
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Houvesse respondido com uma palavra ou olhar impaciente, hou-
vesse cedido aos irmãos em um único ato errado que fosse, e teria
fracassado em ser exemplo perfeito. Tivesse admitido haver uma
desculpa para o pecado, e Satanás triunfaria, ficando o mundo per-
dido. Foi por isso que o tentador trabalhou para tornar-Lhe a vida o
mais probante possível, a fim de que fosse levado a pecar.
Para cada tentação, porém, tinha uma única resposta: “Está es-
crito”. Raramente censurava qualquer mau procedimento dos irmãos,
mas tinha uma palavra de Deus para lhes dirigir. Era freqüentemente
acusado de covardia por negar-Se a unir-se-lhes em algum ato proi-
bido; Sua resposta, no entanto, era: Está escrito: “O temor do Senhor
é a sabedoria, e o apartar-se do mal é a inteligência”.
Jó 28:28
.
Alguns havia que O buscavam, sentindo-se em paz em Sua pre-
sença; muitos, no entanto, O evitavam, pois se sentiam reprova-