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O Desejado de Todas as Nações
riam. Alguns, por sua impenitência, tornariam, a seu respeito, uma
impossibilidade o deferimento da súplica de Jesus. Todavia, assim
mesmo o desígnio de Deus tinha seu cumprimento. Jesus estava ad-
quirindo o direito de Se tornar o advogado dos homens na presença
do Pai.
Aquela oração de Cristo por Seus inimigos abrangia o mundo
inteiro. Envolvia todo pecador que já vivera ou viria ainda a viver,
desde o começo do mundo, até ao fim dos séculos. Pesa sobre todos
a culpa de crucificar o Filho de Deus. A todos é gratuitamente
oferecido o perdão. “Quem quiser” pode ter paz com Deus, e herdar
a vida eterna.
Assim que Jesus foi pregado à cruz, ergueram-na homens vigo-
rosos, sendo com grande violência atirada dentro do lugar para ela
preparado. Isso produziu a mais intensa agonia ao Filho de Deus.
Pilatos escreveu então uma inscrição em hebraico, grego e latim,
colocando-a no madeiro, por sobre a cabeça de Jesus. Rezava: “Jesus
Nazareno, Rei dos Judeus.” Essa inscrição irritou os judeus. Haviam
gritado no pátio de Pilatos: “Crucifica-O”! “Não temos rei senão o
César”.
João 19:15
. Tinham declarado que, quem quer que reconhe-
cesse outro rei, era traidor. Pilatos escreveu o sentimento que haviam
expresso. Nenhuma ofensa era mencionada, a não ser que Jesus era
Rei dos Judeus. A inscrição era um virtual reconhecimento da fi-
delidade dos judeus ao poder romano. Declarava que qualquer que
pretendesse ser Rei de Israel, seria por eles julgado digno de morte.
Os sacerdotes se haviam enganado. Quando estavam tramando a
morte de Cristo, Caifás declarara conveniente que um homem mor-
resse pela nação. Agora se revelava sua hipocrisia. A fim de eliminar
a Cristo, prontificaram-se a sacrificar a própria existência nacional.
Os sacerdotes viram o que tinham feito, e pediram a Pilatos que
mudasse a inscrição. Disseram: “Não escrevas Rei dos Judeus; mas
que Ele disse: Sou Rei dos Judeus.” Mas Pilatos estava indignado
contra si mesmo por causa de sua anterior fraqueza, e desprezou in-
teiramente os invejosos e astutos sacerdotes e príncipes. Respondeu
friamente: “O que escrevi, escrevi”.
João 19:21, 22
.
Um poder mais alto que Pilatos ou os judeus dirigia a colocação
daquela inscrição por sobre a cabeça de Jesus. Na providência divina,
devia ela despertar reflexão e o exame das Escrituras. O lugar em
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que Cristo estava crucificado achava-se próximo da cidade. Milhares