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O Desejado de Todas as Nações
de aqui abaixo” — do pináculo do templo.
Mateus 4:3, 6
. E Satanás
com seus anjos, em forma humana, achava-se presente ao pé da
cruz. O arquiinimigo e suas hostes cooperavam com os sacerdotes e
príncipes. Os mestres do povo haviam estimulado a turba ignorante
a pronunciar julgamento contra um homem a quem muitos dentre
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ela nem sequer tinham visto, até serem solicitados a dar testemu-
nho contra Ele. Sacerdotes, príncipes, fariseus e a endurecida plebe
coligavam-se num satânico frenesi. Os guias religiosos se uniram a
Satanás e a seus anjos. Cumpriam-lhes as ordens.
Jesus, sofrendo e moribundo, ouvia cada palavra, ao declararem
os sacerdotes: “Salvou os outros, e não pode salvar-Se a Si mesmo.
O Cristo, o Rei de Israel, desça agora da cruz, para que O vejamos
e acreditemos”.
Mateus 27:42, 43
. Cristo poderia haver descido da
cruz. Mas foi porque Ele não salvou a Si mesmo que o pecador tem
esperança de perdão e favor para com Deus.
Em seu escárnio do Salvador, os que professavam ser os expo-
entes das profecias repetiam as próprias palavras que a inspiração
predissera que profeririam nessa ocasião. Em sua cegueira, no en-
tanto, não viam estar cumprindo a profecia. Aqueles que, em chacota,
diziam as palavras: “Confiou em Deus; livre-O agora, se O ama;
porque disse: Sou Filho de Deus”, mal pensavam que seu testemu-
nho havia de ressoar através dos séculos. Mas se bem que proferidas
em escárnio, essas palavras levaram homens a pesquisar as Escritu-
ras como nunca antes tinham feito. Sábios ouviram, examinaram,
ponderaram e oraram. Alguns houve que não descansaram enquanto
não viram, comparando texto com texto, o sentido da missão de
Cristo. Nunca houvera, anteriormente, tão geral conhecimento de
Jesus como quando Ele pendia do madeiro. No coração de muitos
que contemplavam a cena da crucifixão e ouviram as palavras de
Cristo, estava resplandecendo a luz da verdade.
A Cristo, em Sua agonia na cruz, sobreveio um raio de conforto.
Foi a súplica do ladrão arrependido. Ambos os homens que estavam
crucificados com Jesus, a princípio O injuriaram; e um deles, sob os
sofrimentos, tornara-se cada vez mais desesperado e provocante. As-
sim não foi, porém, com o companheiro. Este não era um criminoso
endurecido; extraviara-se por más companhias, mas era menos cul-
pado que muitos dos que ali se achavam ao pé da cruz, injuriando o
Salvador. Vira e ouvira Jesus, e ficara convencido, por Seus ensinos,