Página 673 - O Desejado de Todas as Na

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“Está consumado”
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de um de Seus mais amados discípulos. Viu a frenética obra de
Satanás, e seu poder sobre o coração dos homens. Oh! terrível cena!
o Salvador aprisionado à meia-noite no Getsêmani, arrastado daqui
para ali, de um palácio a um tribunal, citado duas vezes perante
sacerdotes, duas perante o Sinédrio, duas perante Pilatos, e uma
diante de Herodes, escarnecido, açoitado, condenado e conduzido
fora para ser crucificado, carregando o pesado fardo da cruz, por
entre os lamentos das filhas de Jerusalém e as zombarias da gentalha!
Com dor e espanto contemplou o Céu a Cristo pendente da
cruz, o sangue a correr-Lhe das fontes feridas, tendo na testa o
sanguinolento suor. O sangue caía-Lhe, gota a gota, das mãos e dos
pés, sobre a rocha perfurada para encaixar a cruz. As feridas abertas
pelos cravos aumentavam ao peso que o corpo fazia sobre as mãos.
Sua difícil respiração tornava-se mais rápida e profunda, à medida
que Sua alma arquejava sob o fardo dos pecados do mundo. Todo
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o Céu se encheu de assombro quando, em meio de Seus terríveis
sofrimentos, Cristo ergueu a oração: “Pai, perdoa-lhes, porque não
sabem o que fazem”.
Lucas 23:34
. E, no entanto, ali estavam homens
formados à imagem de Deus, unidos para esmagar a vida de Seu
unigênito Filho. Que cena para o universo celeste!
Os principados e os poderes das trevas estavam congregados em
torno da cruz, lançando no coração dos homens a diabólica sombra
de incredulidade. Quando Deus criou esses seres para estar diante de
seu trono, eram belos e gloriosos. Sua formosura e santidade estavam
em harmonia com a exaltada posição que ocupavam. Enriquecidos
com a sabedoria de Deus, cingiam-se com a armadura celestial.
Eram os ministros de Jeová. Quem poderia, no entanto, reconhecer
nos anjos caídos os gloriosos serafins que outrora ministravam nas
cortes celestiais?
Instrumentos satânicos coligaram-se com homens maus em levar
o povo a crer que Cristo era o maior dos pecadores, e torná-Lo objeto
de abominação. Os que escarneciam de Cristo, enquanto pendia da
cruz, estavam possuídos do espírito do primeiro grande rebelde.
Ele os enchia de vis e aborrecíveis expressões. Inspirava-lhes as
zombarias. Com tudo isso, porém, nada ganhou.
Houvesse-se podido achar um só pecado em Cristo, tivesse Ele
num particular que fosse cedido a Satanás para escapar à horrível
tortura, e o inimigo de Deus e do homem teria triunfado. Cristo