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O Desejado de Todas as Nações
inclinou a cabeça e expirou, mas manteve firme a Sua fé em Deus, e
a Sua submissão a Ele. “E ouvi uma grande voz no Céu, que dizia:
Agora chegada está a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus,
e o poder do Seu Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos é
derribado, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite”.
Apocalipse 12:10
.
Satanás viu que estava desmascarado. Sua administração foi ex-
posta perante os anjos não caídos e o Universo celestial. Revelara-se
um homicida. Derramando o sangue do Filho de Deus, desarraigou-
se Satanás das simpatias dos seres celestiais. Daí em diante sua obra
seria restrita. Qualquer que fosse a atitude que tomasse, não mais
podia esperar os anjos ao virem das cortes celestiais, nem perante
eles acusar os irmãos de Cristo de terem vestes de trevas e contami-
nação de pecado. Estavam rotos os últimos laços de simpatia entre
Satanás e o mundo celestial.
Todavia, Satanás não foi então destruído. Os anjos não perce-
beram, nem mesmo aí, tudo quanto se achava envolvido no grande
conflito. Os princípios em jogo deviam ser mais plenamente revela-
dos. E por amor do homem, devia continuar a existência de Satanás.
O homem, bem como os anjos, devia ver o contraste entre o Príncipe
da Luz e o das trevas. Cumpria-lhes escolher a quem servir.
No início do grande conflito, declarara Satanás que a lei divina
não podia ser obedecida, que a justiça era incompatível com a mise-
ricórdia, e que, fosse a lei violada, impossível seria ao pecador ser
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perdoado. Cada pecado devia receber seu castigo, argumentava Sa-
tanás; e se Deus abrandasse o castigo do pecado, não seria um Deus
de verdade e justiça. Quando o homem violou a lei divina, e Lhe
desprezou a vontade, Satanás exultou. Estava provado, declarou, que
a lei não podia ser obedecida; o homem não podia ser perdoado. Por
haver sido banido do Céu, depois da rebelião, pretendia que a raça
humana devesse ser para sempre excluída do favor divino. O Senhor
não podia ser justo, argumentava, e ainda mostrar misericórdia ao
pecador.
Mas mesmo como pecador, achava-se o homem, para com Deus,
em posição diversa da de Satanás. Lúcifer pecara, no Céu, em face
da glória divina. A ele, como a nenhum outro ser criado, se revelou
o amor de Deus. Compreendendo o caráter do Senhor, conhecendo-
Lhe a bondade, preferiu Satanás seguir sua própria vontade inde-