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O Desejado de Todas as Nações
decepção quanto a Seu Mestre, “varão profeta, poderoso em obras
e palavras diante de Deus e de todo o povo”; mas “os principais
dos sacerdotes e os nossos príncipes”, disseram, “O entregaram
à condenação de morte, e O crucificaram”. Coração ferido pela
decepção, lábios trêmulos, ajuntaram: “E nós esperávamos que fosse
Ele o que remisse Israel; mas agora, sobre tudo isso, é já hoje o
terceiro dia desde que essas coisas aconteceram”.
Lucas 24:19-21
.
É estranho que os discípulos não se lembrassem das palavras
de Cristo, e não compreendessem que Ele predissera os aconteci-
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mentos que se desenrolaram. Não percebiam que a última parte
de Sua predição se verificaria do mesmo modo que a primeira, e
que ao terceiro dia Ele ressuscitaria. Esta era a parte que deviam
ter recordado. Os sacerdotes e os príncipes não o esqueceram. No
dia “depois da preparação, reuniram-se os príncipes dos sacerdotes
e os fariseus em casa de Pilatos, dizendo: Senhor, lembramo-nos
de que aquele enganador, vivendo ainda, disse: Depois de três dias
ressuscitarei”.
Mateus 27:62, 63
. Mas os discípulos não lembraram
essas palavras.
“E Ele lhes disse: Ó néscios, e tardos de coração para crer tudo
o que os profetas disseram! Porventura não convinha que o Cristo
padecesse estas coisas e entrasse na Sua glória?”
Lucas 24:225,
26
. Os discípulos cogitavam quem poderia ser esse Estranho, que
lhes penetrava a alma e falava com tal calor, ternura e simpatia, e
ao mesmo tempo com tanta esperança. Pela primeira vez, depois
de Cristo haver sido entregue, começaram a sentir-se esperançosos.
Olhavam muitas vezes, cheios de interesse, para seu Companheiro e
pensavam que Suas palavras eram exatamente as que Cristo haveria
dito. Estavam cheios de pasmo, e o coração começou a pulsar-lhes
com jubilosa expectativa.
Começando com Moisés, o próprio Alfa da história bíblica,
Cristo expôs em todas as Escrituras as coisas que Lhe diziam res-
peito. Houvesse primeiro Se manifestado a eles, e seu coração teria
ficado satisfeito. Na plenitude de seu regozijo não teriam ambicio-
nado nada mais. Mas era-lhes necessário compreender os testemu-
nhos dados a respeito dEle pelos símbolos e profecias do Antigo
Testamento. Sobre estes devia estabelecer-se sua fé. Cristo não
operou nenhum milagre para os convencer, mas foi Seu primeiro tra-
balho o explicar-lhes as Escrituras. Haviam considerado Sua morte