Página 705 - O Desejado de Todas as Na

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A viagem para Emaús
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a ruína de todas as suas esperanças. Agora Ele lhes mostrou pelos
profetas que ali se achava a mais vigorosa prova de sua fé.
Ensinando esses discípulos, mostrou Jesus a importância do An-
tigo Testamento como testemunha de Sua missão. Muitos professos
cristãos desprezam hoje aquela porção das Escrituras, pretendendo
não ter mais utilidade. Não é isto, porém, ensino de Cristo. Tão alto
o estimava, que disse certa vez: “Se não ouvem a Moisés e aos profe-
tas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite”.
Lucas 16:31
.
É a voz de Cristo que fala através dos patriarcas e profetas desde
os tempos de Adão até às cenas finais deste mundo. O Salvador é tão
claramente revelado no Antigo Testamento como no Novo. É a luz
do passado profético que apresenta a vida de Cristo e os ensinos do
Novo Testamento de maneira clara e bela. Os milagres de Cristo são
uma prova de Sua divindade; mas uma prova mais forte ainda de que
Ele é o Redentor do mundo, encontra-se comparando as profecias
do Antigo Testamento com a história do Novo.
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Com provas tiradas da profecia, deu Cristo aos discípulos uma
idéia correta do que Ele devia ser na humanidade. A expectativa
deles, de um Messias que devia tomar Seu trono e o régio poder
segundo os desejos dos homens, os desorientara. Isso interferia com
a devida apreensão de Sua descida da mais elevada à mais baixa
posição que se podia ocupar. Cristo desejava que as idéias de Seus
discípulos fossem puras e verdadeiras em todos os sentidos. Deviam
compreender, tanto quanto possível, o que se relacionava com o
cálice de sofrimento que Lhe fora aquinhoado. Mostrou-lhes que o
tremendo conflito que ainda não podiam compreender, era o cumpri-
mento do concerto feito antes de serem postos os fundamentos do
mundo. Cristo devia morrer, como deve morrer todo transgressor da
lei, se continuar em pecado. Tudo isso devia ocorrer, mas não devia
terminar em derrota, e sim numa gloriosa e eterna vitória. Jesus lhes
disse que cumpria fazer todo esforço para salvar o mundo do pecado.
Seus seguidores deviam viver como Ele viveu, e trabalhar como Ele
trabalhou, com intenso, perseverante esforço.
Assim discursou Jesus para os discípulos, abrindo-lhes a mente
para compreenderem as Escrituras. Os discípulos estavam fatigados,
mas a conversação não esmoreceu. Palavras de vida e segurança
caíam dos lábios do Salvador. Mas ainda os olhos deles estavam