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O Desejado de Todas as Nações
Ao começar o ministério do Batista, a nação achava-se em estado
de agitação e descontentamento próximos da revolta. Com a remoção
de Arquelau, a Judéia fora posta sob o domínio de Roma. A tirania e
extorsão dos governadores romanos, e seus decididos esforços para
introduzir símbolos e costumes gentílicos, atearam a revolta, extinta
com sangue de milhares dos mais valorosos de Israel. Tudo isso
intensificara o ódio nacional contra Roma, e aumentara os anseios
de libertação de seu poder.
Entre a discórdia e o conflito, ouviu-se uma voz do deserto, voz
vibrante e severa, sim, mas plena de esperança: “Arrependei-vos,
porque é chegado o reino dos Céus”. Com novo e estranho poder
sacudia o povo. Os profetas haviam predito a vinda de Cristo como
um acontecimento que se achava em futuro muito distante, mas eis
ali o aviso de que estava às portas. O singular aspecto de João fazia
a mente dos ouvintes reportar-se aos antigos videntes. Nas maneiras
e no vestuário, assemelhava-se ao profeta Elias. Com o espírito e
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poder deste, denunciava a corrupção nacional, e repreendia os peca-
dos dominantes. Suas palavras eram claras, incisivas, convincentes.
Muitos acreditavam que fosse um dos profetas ressuscitado. Toda a
nação se comoveu. Multidões afluíam ao deserto.
João proclamava a vinda do Messias, e chamava o povo ao
arrependimento. Como símbolo da purificação do pecado, batizava-
os nas águas do Jordão. Assim, por uma significativa lição prática,
declarava que os que pretendiam ser o povo escolhido de Deus
estavam contaminados pelo pecado, e sem purificação de coração e
vida, não poderiam ter parte no reino do Messias.
Príncipes e rabis, soldados, publicanos e camponeses iam ouvir o
profeta. Alarmou-os por algum tempo a solene advertência de Deus.
Muitos foram levados ao arrependimento, e receberam o batismo.
Pessoas de todas as categorias submeteram-se às exigências do
Batista, a fim de participar do reino que anunciava.
Muitos dos escribas e fariseus foram ter com ele, confessando os
pecados e pedindo o batismo. Haviam-se exaltado como sendo me-
lhores que os outros homens, levando o povo a ter alta opinião acerca
de sua piedade; agora, os criminosos segredos de sua vida eram re-
velados. Mas João foi impressionado pelo Espírito Santo quando a
não terem, muitos desses homens, real convicção do pecado. Eram
oportunistas. Esperavam, como amigos do profeta, obter favor diante