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O Desejado de Todas as Nações
para nos aumentar a satisfação pessoal, e nos endurecer o coração
em incredulidade e pecado.
João declarava aos mestres de Israel que seu orgulho, egoísmo
e crueldade demonstravam serem eles uma raça de víboras, uma
terrível maldição para o povo, em vez de filhos do justo e obediente
Abraão. Em vista da luz que haviam recebido de Deus, eram ainda
piores que os gentios, a quem se sentiam tão superiores. Haviam-se
esquecido da rocha de onde foram cortados, e da caverna do poço
de onde foram cavados. Deus não dependia deles para cumprimento
de Seu desígnio. Como chamara a Abraão dentre um povo gentio,
assim poderia chamar outros a Seu serviço. O coração destes poderia
parecer agora tão morto como as pedras do deserto, mas o Espírito
de Deus o poderia vivificar para fazer Sua vontade, e receber o
cumprimento da promessa.
“E também”, disse o profeta, “já está posto o machado à raiz das
árvores; toda a árvore, pois que não dá bom fruto, corta-se e lança-se
no fogo”.
Mateus 3:10
. Não por seu nome, mas por seus frutos, é
determinado o valor de uma árvore. Se o fruto é sem valor, o nome
não pode salvar a árvore da destruição. João declarou aos judeus que
sua aceitação diante de Deus era decidida por seu caráter e vida. A
declaração de nada valia. Se sua vida e caráter não estivessem em
harmonia com a lei de Deus, não eram seu povo.
Sob a influência das penetrantes palavras de João, os ouvintes
sentiam-se convictos. Chegavam-se a ele com a interrogação: “Que
faremos pois?” Ele respondia: “Quem tiver duas túnicas, reparta com
o que não tem, e quem tiver alimentos, faça da mesma maneira”.
Lucas 3:10, 11
. E advertia os publicanos contra a injustiça, e os
soldados contra a violência.
Todos quantos se houvessem de tornar súditos do reino de Cristo,
tinham que dar demonstrações de fé e arrependimento. Bondade,
honestidade e fidelidade se manifestariam na vida dessas pessoas.
Ajudariam os necessitados, e levariam a Deus suas ofertas. Defen-
deriam os desamparados, dando exemplo de virtude e compaixão.
Assim os seguidores de Cristo darão provas do poder transformador
do Espírito Santo. Revelar-se-ão na vida diária justiça, misericórdia
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e amor de Deus. Do contrário, são como palha, que se lança ao fogo.
“Eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento”,
disse João, “mas Aquele que vem após mim é mais poderoso do que