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O Desejado de Todas as Nações
palavra que declarava Sua ligação com o Céu. Era o desígnio de
Satanás fazê-Lo duvidar dessa palavra. Se a confiança de Cristo
em Deus fosse abalada, Satanás sabia que lhe caberia a vitória no
conflito. Poderia derrotar Jesus. Esperava que, sob o império do
acabrunhamento e de extrema fome, Cristo perdesse a fé em Seu
Pai, e operasse um milagre em Seu benefício. Houvesse Ele feito
isso, e ter-se-ia frustrado o plano da salvação.
Quando o Filho de Deus e Satanás, pela primeira vez, se defron-
taram em conflito, era Cristo o comandante das hostes celestiais;
e Satanás, o cabeça da rebelião no Céu, fora dali expulso. Agora,
dir-se-ia haverem-se invertido as condições, e o adversário explo-
rou o mais possível sua suposta vantagem. Um dos mais poderosos
anjos, disse ele, fora banido do Céu. A aparência de Jesus indicava
ser Ele aquele anjo caído, abandonado de Deus, e desamparado dos
homens. Um ser divino devia ser capaz de comprovar sua pretensão
mediante um milagre; “se Tu és o Filho de Deus, manda que estas
pedras se tornem em pães”.
Mateus 4:3
. Tal ato de poder criador,
insiste o maligno, seria conclusiva prova de divindade. Isso poria
termo à contenda.
Não foi sem luta que Jesus pôde escutar em silêncio o arquienga-
nador. O Filho de Deus, no entanto, não devia provar Sua divindade
a Satanás, ou explicar-lhe a causa de Sua humilhação. Atendendo
às exigências do rebelde, não se conseguiria coisa alguma para o
bem do homem ou a glória de Deus. Houvesse Cristo concordado
com as sugestões do inimigo, e Satanás teria dito ainda: “Mostra-
me um sinal, para que eu creia que és o Filho de Deus”. A prova
teria sido inútil para quebrar o poder da rebelião no coração dele.
E Cristo não devia exercer poder divino em Seu próprio benefício.
Viera para sofrer a prova como nos cumpre a nós fazer, deixando-nos
um exemplo de fé e submissão. Nem aí, nem em qualquer ocasião,
em Sua vida terrestre, operou ele um milagre em Seu favor. Suas
maravilhosas obras foram todas para o bem dos outros. Se bem que
Cristo reconhecesse Satanás desde o princípio, não foi incitado a
entrar com ele em discussão. Fortalecido com a lembrança da voz
do Céu, descansou no amor de Seu Pai. Não parlamentaria com a
tentação.
Jesus enfrentou Satanás com as palavras da Escritura. “Está
escrito” (
Mateus 4:4
), disse Ele. Em toda tentação, Sua arma de