Página 93 - O Desejado de Todas as Na

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A tentação
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guerra era a Palavra de Deus. Satanás exigia de Jesus um milagre,
como prova de Sua divindade. Mas alguma coisa maior que todos os
milagres — uma firme confiança num “assim diz o Senhor”, era o
irrefutável testemunho. Enquanto Cristo Se mantivesse nessa atitude,
o tentador nenhuma vantagem poderia obter.
Era nas ocasiões de maior fraqueza que assaltavam a Cristo as
mais cruéis tentações. Assim pensava Satanás prevalecer. Por esse
método obtivera a vitória sobre os homens. Quando a resistência
desfalecia, a força de vontade se debilitava e a fé deixava de repousar
em Deus, então eram vencidos os que se haviam valorosamente
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mantido ao lado direito. Moisés achava-se fatigado pelos quarenta
anos da peregrinação de Israel, quando, por um momento, sua fé
deixou de se apoiar no infinito poder. Fracassou exatamente no
limiar da terra prometida. O mesmo quanto a Elias, que se mantivera
diante do rei Acabe; que enfrentara toda a nação de Israel, com
os quatrocentos e cinqüenta profetas de Baal a sua frente. Depois
daquele terrível dia sobre o Carmelo, em que os falsos profetas
haviam sido mortos, e o povo declarara sua fidelidade a Deus, Elias
fugiu para salvar a vida diante das ameaças da idólatra Jezabel.
Assim se tem Satanás aproveitado da fraqueza da humanidade.
E continuará a operar deste modo. Sempre que uma pessoa se en-
contra rodeada de nuvens, perplexa pelas circunstâncias, ou aflita
pela pobreza e a infelicidade, Satanás se acha a postos para tentar
e aborrecer. Ataca nossos pontos fracos de caráter. Procura aba-
lar nossa confiança em Deus, que permite existirem tais condições.
Somos tentados a desconfiar de Deus, pôr em dúvida Seu amor.
Freqüentemente o tentador vem a nós como foi a Cristo, apresen-
tando nossas fraquezas e enfermidades. Espera desanimar-nos, e
romper nossa ligação com Deus. Então está seguro de sua presa. Se
o enfrentássemos como Jesus fez, haveríamos de escapar a muita
derrota. Parlamentando com o inimigo, damos-lhe vantagem.
Quando Cristo disse ao tentador: “Nem só de pão viverá o ho-
mem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”, repetiu as
palavras que, mais de mil e quatrocentos anos atrás, Ele dissera a
Israel: “O Senhor teu Deus te guiou no deserto estes quarenta anos,
[...] e te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná,
que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram; para te dar a
entender que o homem não viverá só de pão, mas de tudo o que sai da