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Temperança e dietética
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geração em geração, o apetite se tornou tão pervertido que sempre
está a desejar ansiosamente alguma condescendência prejudicial.
Não se pode agora confiar nele como um guia.
No estudo dos princípios de saúde deve ensinar-se aos alunos o
valor nutritivo dos vários alimentos. Cumpre explicar o efeito de um
regime concentrado e estimulante, e também de alimentos deficien-
tes nos elementos de nutrição. Chá e café, pão branco, conservas,
hortaliças de qualidade inferior, doces, condimentos e pastelarias
deixam de suprir a nutrição conveniente. Muito estudante tem fra-
cassado como resultado de usar tais alimentos. Muita criança débil,
incapaz de um vigoroso esforço mental ou corporal, é vítima de
um regime pobre. Cereais, frutas, nozes e hortaliças, combinados
convenientemente, contêm todos os elementos da nutrição; e quando
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devidamente preparados, constituem o regime que melhor promove
tanto a força física, como a mental.
Há necessidade de considerar não somente as propriedades do
alimento, mas sua adaptação àquele que o come. Muitas vezes o
alimento que poder ser comido livremente por pessoas empenhadas
em trabalho físico, deve ser evitado por aquelas cujo trabalho é
especialmente mental. Deve-se também dar atenção à conveniente
combinação dos alimentos. Poucas variedades devem ser tomadas
em cada refeição por aqueles que têm trabalho intelectual ou outros
quaisquer de carreiras sedentárias.
Devemos estar de sobreaviso contra o comer demais, ainda que
sejam os alimentos mais saudáveis. A natureza não pode usar mais
do que requer para a formação dos vários órgãos do corpo, e o ex-
cesso embaraça o organismo. Tem-se suposto haver muito estudante
fracassado em virtude do estudo demasiado, quando a causa real
foi o comer em demasia. Enquanto for dada a devida atenção às
leis da saúde, pouco perigo haverá de excesso mental; porém, em
muitos casos do que se chama deficiência mental, é a sobrecarga do
estômago que fatiga o corpo e debilita o espírito.
Na maioria dos casos duas refeições ao dia são preferíveis a três.
O jantar, quando muito cedo, incompatibiliza-se com a digestão da
refeição prévia. Sendo mais tarde, não é digerido antes da hora de
deitar. Assim o estômago deixa de conseguir o devido repouso. O
sono é perturbado, cansam-se o cérebro e os nervos, é prejudicado o