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Métodos de ensino
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A capacidade de discernir entre o que é reto e o que não o é,
podemos possuí-la unicamente pela confiança individual em Deus.
Cada um deve aprender por si, com auxílio dEle, mediante a Sua
Palavra. A nossa capacidade de raciocinar foi-nos dada para que a
usássemos, e Deus quer que seja exercitada. “Vinde então e argüi-
Me” (
Isaías 1:18
), Ele nos convida. Confiando nEle, podemos ter
sabedoria para “rejeitar o mal e escolher o bem”.
Tiago 1:5
;
Isaías
7:15
.
Em todo verdadeiro ensino o elemento pessoal é essencial.
Cristo, em Seu ensino, tratava com os homens individualmente.
Foi pelo trato e convívio pessoal que Ele preparou os doze. Era em
particular, e muitas vezes a um único ouvinte, que dava Suas precio-
sas instruções. Ao honrado rabi, na conferência noturna no Monte
das Oliveiras, à desprezada mulher junto ao poço de Sicar, abriu Ele
Seus mais ricos tesouros; pois descobriu nesses ouvintes o coração
apto a ser impressionado, a mente aberta, o espírito pronto para re-
ceber. Mesmo a multidão que tantas vezes Lhe dificultava os passos
não era para Cristo uma massa indistinta de seres humanos. Falava
diretamente a cada espírito e apelava para cada coração. Observava
a fisionomia dos ouvintes, notava-lhes a iluminação do semblante, o
instantâneo e respondente olhar que dizia haver a verdade atingido a
alma; e, então, vibrava-Lhe no coração uma corda correspondente
de jubilosa simpatia.
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Cristo discernia possibilidades em todo ser humano. Ele não Se
afastava por causa de um exterior não prometedor, ou por ambientes
desfavoráveis. Chamou a Mateus da alfândega, e Pedro e seus irmãos
do bote de pesca, para aprenderem com Ele.
O mesmo interesse pessoal, a mesma atenção para com o de-
senvolvimento individual são necessários na obra educativa hoje.
Muitos jovens que aparentemente nada prometem, são ricamente
dotados de talentos que não aplicam a uso algum. Suas faculdades
permanecem ocultas por causa da falta de discernimento por parte
de seus educadores. Em muito menino ou menina de aparência tão
pouco atraente como a pedra não lavrada, pode-se encontrar pre-
cioso material que resista à prova do calor, tempestade e pressão.
O verdadeiro educador, conservando em vista aquilo que seus dis-
cípulos podem tornar-se, reconhecerá o valor do material com que
trabalha. Terá um interesse pessoal em cada um de seus alunos, e