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Disciplina
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do Céu, dispostas a trabalhar, vigiar e esperar. É uma obra que nada
sobrelevará em importância.
Os que desejam governar a outrem devem primeiramente
governar-se a si mesmos. O tratar apaixonadamente com uma cri-
ança ou jovem, somente despertará o seu ressentimento. Quando
um pai ou professor se torna impaciente e está em perigo de falar
imprudentemente, fique em silêncio. Há um maravilhoso poder no
silêncio.
O professor deve esperar encontrar disposições perversas e co-
rações rebeldes. Mas ao tratar com eles nunca deve esquecer-se de
que ele mesmo foi criança, necessitando de disciplina. Mesmo agora
com todas as vantagens de idade, educação e experiência, muitas
vezes erra, e necessita de misericórdia e perdão. Tratando com os
jovens, deve ter em vista que está a tratar com os que têm inclinações
para o mal, idênticas às suas próprias. Eles têm quase tudo a apren-
der, e para alguns isso é muito mais difícil do que para outros. Com
o aluno vagaroso deve conduzir-se pacientemente, não censurando
sua ignorância, mas aproveitando toda oportunidade de o animar.
Com alunos sensíveis e nervosos, deve tratar muito brandamente.
O senso de suas próprias imperfeições deve levá-lo constantemente
a manifestar simpatia e clemência para com os que também estão
lutando com dificuldades.
A regra do Salvador — “como vós quereis que os homens vos
façam, da mesma maneira lhes fazei vós também” (
Lucas 6:31
)
— deve ser a regra de todos os que empreendem a educação das
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crianças e jovens. Estes são os membros mais novos da família do
Senhor; herdeiros conosco da graça da vida. A regra de Cristo deve
ser religiosamente observada em relação aos menos inteligentes, aos
de menor idade, aos mais desatinados, e mesmo aos transviados e
rebeldes.
Esta regra induzirá o professor a evitar quanto possível tornar
públicas as faltas ou erros de um discípulo. Procurará evitar repro-
var ou punir na presença de outros. Não expulsará um estudante
antes que hajam sido feitos todos os esforços para que o mesmo
se emende. Quando, porém, se torna evidente que o estudante não
está recebendo benefício, ao mesmo tempo em que seu desafio ou
desrespeito à autoridade tende a subverter o governo da escola, e sua
influência está contaminando a outros, torna-se uma necessidade a