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O mestre enviado de Deus
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salvar. Em cada ser humano, apesar de decaído, contemplava um
filho de Deus, ou alguém que poderia ser restaurado aos privilégios
de seu parentesco divino.
“Deus enviou o Seu Filho ao mundo, não para que condenasse
o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele.”
João 3:17
.
Olhando aos homens em seu sofrimento e degradação, Cristo entre-
via lugar para esperança onde apenas apareciam desespero e ruína.
Onde quer que se sentisse a percepção de uma necessidade, ali via
Ele oportunidade para reerguimento. As almas tentadas, derrotadas,
que se sentiam perdidas, prontas a perecer, Ele defrontava, não com
acusações mas com bênçãos.
As bem-aventuranças foram a Sua saudação à família humana
toda. Olhando para a vasta multidão reunida para ouvir o Sermão
da Montanha, parecia Ele por momentos haver-Se esquecido de que
não estava no Céu, e empregou a saudação usual no mundo da luz.
De Seus lábios manaram bênçãos como o jorro de uma fonte há
muito fechada.
Desviando-Se dos ambiciosos e bem-favorecidos deste mundo,
declarou serem bem-aventurados os que, embora grandes as suas
necessidades, recebessem Sua luz e amor. Aos pobres de espírito,
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aos tristes, aos perseguidos, estendeu os braços, dizendo: “Vinde a
Mim, ... Eu vos aliviarei.”
Mateus 11:28
.
Em cada ser humano Ele divisava infinitas possibilidades. Via
os homens como poderiam ser, transfigurados por Sua graça — “na
graça do Senhor nosso Deus”.
Salmos 90:17
. Olhando para eles com
esperança, inspirava-lhes esperança. Encontrando-os com confiança,
inspirava-lhes confiança. Revelando em Si mesmo o verdadeiro ideal
do homem, despertava para a consecução deste ideal tanto o desejo
como a fé. Em Sua presença as almas desprezadas e caídas compre-
endiam que ainda eram homens, e anelavam mostrar-se dignas de
Seu olhar. Em muitos corações que pareciam mortos para as coisas
santas, despertavam-se novos impulsos. A muito desesperançado
abriu-se a possibilidade de uma nova vida.
Cristo ligou os homens ao Seu coração pelos laços da dedicação
e do amor; e pelos mesmos laços ligou-os a seus semelhantes. Para
Ele o amor era a vida, e a vida era o serviço em prol de outrem. “De
graça recebestes”, disse Ele, “de graça dai.”
Mateus 10:8
.